Polaroid

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Demi

— Você com certeza é a pessoa que mais recebe correspondências aqui, deveria se sentir privilegiada! — Ela falou me entregando um ramo de flores brancas e logo os apanhei, não era da pessoa que eu esperava, me surpreendi confesso. Me estendeu um monte de cartas e logo imaginei que a esse momento todos já sabiam onde estava. Eu zelava por minha privacidade, mas quando se tem milhares de fãs por toda parte isso era meio que impossível.

— Mesmo com tudo isso, sabendo que milhares de pessoas me amam...  — Sussurrei para mim mesma foleando com cautela todas aquelas cartas na busca para encontrar algo de minhas crianças, mas nada havia ali.  Haviam cartões de todas pessoas possíveis de diferentes lugares, eles tinham as melhores das intenções, mas eu apenas queria algo que me fizesse me sentir mais viva. — ... ainda me sinto sozinha. 

— Oi? — A recepcionista me encarou sem entender nada. Talvez ela nem tivesse ali de verdade, talvez se sentisse como eu. — O que disse? — Sorri disfarçando. 

— Nada, não! — Respirei fundo e segui. — O quanto essas flores são lindas! — Esperei a minha colega de quarto pegar suas correspondências. 

— Será que posso deixar em nosso quarto? — Perguntei assim que voltávamos para o mesmo. Talvez ela não gostasse ou fosse alérgica.

— Claro! — Sorriu. Shirley tinha um semblante diferente ao receber sua única carta. Ela estava simplesmente feliz e eu apenas queria poder sentir essa alegria genuína. — De quem são? Aposto que são de Wilmer! — Ela falou ao pegar o cartão que acompanha as flores. 

— São de Nick... Jonas! — Rebati antes mesmo que ela lesse. 

— Credo! — Ela fez cara de nojo como uma típica adolescente. 

— Qual é!!! — Apesar de tudo o que rolou a alguns anos atrás, eu sabia que ele tinha se importado de verdade, bom, pelo menos eu esperava que sim. Me excluir na sua lista de casamento, talvez fosse um sinal, me mandar flores também... homens são previsíveis. 

Sophie

— Acho que não é uma hora para isso, mas eu tenho uma coisa para você! — Ele me entregou uma foto polaroid. 

— Henry? — A olhei e me recordei da foto que o irmão mais velho de Henry havia tirado no dia em que se conhecemos. Sorri.  — Pensei que você fosse me odiar para sempre! — Sabia que amigos de verdade se perdoam. Aquele gesto era muito significativo para mim. Um laço com os mindinhos. 

— Quanto drama Sophie! — Ele revirou os olhos em um gesto engraçado. — Eu vi que estava sendo muito duro com você e sinto muito por isso, bom, eu estava focado em outras coisas, eu sei que é o seu direito de querer se afastar e eu entendo, faz tempo que a gente não conversa! — Ele estava sem jeito. Apesar de ser um garoto sensível sabia que sua masculinidade era um pouco frágil e bom ninguém é perfeito. Seria mais simples um pedido de desculpas.

— Não se preocupe, Henry! — O tranquilizei. Sei que ele precisa disso. Acho que ter problemas com as pessoas desde de a infância me trouxe um grande problema, quem sabe não seja um, mas eu costumo não me importar com as palavras duras que me falam. Eu as esqueço rápido. — Esse é o menor dos meus problemas, será que a gente pode se ver depois da aula! — Avistei Tiana saindo de sua sala no corredor. 

— Tá, mas o que está pegando? — Ele me olhou confuso. 

— Eu tenho uma ideia em mente e quanto mais pessoas me ajudarem melhor! — Os seus olhos castanhos esverdeados me encaram. 

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora