Acampamento

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Demi

Estava com raiva de Sophie. Me sentia péssima por isso. Eu a amava, mas esse sentimento ruim aqui dentro ainda se existe. Embora toda essa dor que ainda habita em mim, exista eu sigo como se nada tivesse acontecendo. Foi uma semana agitada. Todos os dias tivemos reuniões. Agora finalmente terei folga. Vou viajar com Wilmer e mal posso esperar por um tempo a sós. O caminho para o acampamento estava calmo. Ainda que Isabela não parece de falar o quanto estava animada. 

No fundo eu só queria que meu coração parece de gritar saudade. Eu só queria que essa dor que rasga o meu peito suma! Por que é tão difícil amar novamente? Por que tão difícil sentir seus olhinhos brilhantes encarando os  meus? Você não irá substituir a minha filha! Você não irá sumir com a minha dor, pelo contrário, você a torna presente! 

— Eu posso descer aqui? — Finalmente a voz de Sophie ecoou pelo carro. Ela estava radiante. Não por estar totalmente arrumada, mas por ser ela mesma. Wilmer negou, olhando pelo retrovisor. Ainda não estava falando com Sophie. Eu não dava o braço a torcer, nem ela. — Eu queria descer aqui! 

— Sophie, eu quero te levar! Quero me despedir de você! — De fato o problema dela não se despedir. Era não ser reconhecida. Será que ela tinha vergonha de fazer parte da nossa família? Ou era apenas medo do que os outros iriam achar dela.

— Wilmer, por favor! — Ela pediu, emburrada! Me doía, não poder fazer algo. No fundo eu sei que ela tem razão. Quando eu tinha a idade dela eu tinha a mesma insegurança. Mas o amor em fazer o que gostava era maior. Na vida tem um momento para tudo, ela não estava preparada, agora. Tudo bem não estar pronta.

— Wilmer deixa ela! Sophie, você pode descer aqui, mas lembrando uma hora ou outra você terá que encarar isso! — Ela piscou para mim. Wilmer ficou bravo por ser contrariado, mas ele não ousaria tirar minha autoridade de mãe.

— Obrigada Demi! — Minha baby sussurrou ao tirar o cinto. Ela foi até o porta malas e pegou sua pequena mala, sem muito mimimi. Wilmer me encarava nervoso, mas com ele eu me entendia depois. 

— Tchau, Wilmer! — Sophie foi até a janela ao seu lado! Seu jeito doce. Suas maças do rosto coradas. Seu desejo de seguir a vida. Não sei explicar o que sentia por ela. Um ser tão que aparentava ser tão frágil, tinha força tamanha!

— Faça tudo certo! Fique bem! — Ele lhe beijou a testa!  Ainda pela janela!

— Tchau, Demi! — Eu apenas assenti. Vi em seus olhos que ela precisava de mais. Fui incapaz de ser mais naquele momento.

— Sophie, espera a gente para ir para o quarto! — Isabela gritou. 

— Tudo bem! — Ela sorriu. Eu observava tudo. Sem nenhuma expressão no rosto. Era a primeira vez de Sophie longe de casa. E só de pensar me dava um frio na barriga. Ela não veio ao mundo por mim. Por isso era tão difícil. 

— Boa Sorte, Sophie! — Wilmer falou. E ela fez o sinal de capitão. Ela estava chamando ele assim durante a semana inteira. Eles estavam bem íntimos e isso me dava um pouco de ciúmes.

 — Demi pelo menos você poderia se despedir da menina! — Poderia estar sendo rude, egoísta, uma merda de mãe. Mas alguém já se perguntou se eu estou bem. Eu venho empurrando uma dor durante anos. Quando ela aperta eu realmente não aguento. — Sei que você não se esforça, mas tenta, você viu a carinha dela? — Meu marido me olhou, com toda reprovação que tinha. Permaneci em silêncio. Chegamos primeiro que Sophie a entrada do Acampamento.  

— Se cuidem! — Beijei cada um dos gêmeos. Minha baby nos olhava de longe. Finalmente identifiquei ela na multidão. Saí do carro. A diretora veio ao nosso encontro. Talvez ela já nos aguarda-se! 

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora