get lost and find yourself

Eles não são minha família

Sophie

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Querido diário...

Faz tempo que eu não escrevo. É que por incrível que pareça, nós estamos se dando super bem. Todos nós. Demi está tão feliz, e sempre trás alguma coisa nova para nós. Ontem mesmo ela estava nos ensinando a tocar um pouco de piano, e como isso é bom. 

Eu sai pela primeira vez. Talvez eu não esteja tão presente, porque estou me divertindo. Tivemos um dia das garotas. Demi comprou roupas novas para mim e fomos ao salão de beleza. Fiz as unhas pela primeira vez. Sair com Demi, ás vezes é bem difícil, todos ficam ao seu redor.

 Eu fiquei um pouco atrás, acho que sai em algumas fotos, mas não quero que a mídia saiba sobre mim. Não por enquanto, acho melhor falar a Demi, quando estiver pronta. Agora que estamos sendo como melhores amigas. Está sendo tão bom meus dias aqui. Ainda não estou indo a escola, para isso Wilmer me disse que preciso de uma aprovação da assistente social, ela virá daqui alguns dias, fazer uma visita para nós, para saber como estou se estou me adaptando, se vou bem de saúde, etc.

Meu inglês está melhorando bastante. Não vejo a hora de ir para escola. Não posso sair muito aqui, apenas com Demi, Wilmer ou a Sra. Lucy. Isso é um saco, mas Wilmer sempre me levava para conhecer a cidade. 

Eu amo a Senhorita Lucy. Ela voltou para nos ajudar. Três crianças é bem difícil. Eu concordo com isso. O marido dela está um pouco doente, mas ela sempre está cuidando dele também e da gente.

Hoje é um dia triste, Demi embarca hoje. Mas vamos ficar com Wilmer, e ele estará com a gente todos os dias. Vamos ensaiar bastante para a apresentação de dia das mães. Estou muito ansiosa e nervosa, mas nem um pouco animada, para o dia que vou conhecer a família de Wilmer e a família de Demi. 

Demi me presenteou com um vestido lindo para usar no dia, estou super nervosa. Será que eles irão gostar de mim? 

Ps: A enfermeira do hospital, me enviou um e-mail pela caixa de mensagens de Wilmer. Isso me deixou surpresa. Mas fiquei muito feliz, o seu nome é Ágata, ela me perguntou se estava bem, e se estava me alimentando. Pediu para enviar fotos quando possível para ela, e disse que estava com saudades. Ágata, é um doce de pessoa. Ela se importa comigo. Foi ela que me presenteou com este diário. 

Sinto sua falta, Ágata.

— Sophie, onde você está? — Demi falou descendo as escadas. Eu fechei meu diário, e o deixei ao meu lado. Sorri ao receber seu grande sorriso ao me ver. — Estou atrasada, venha se despedir... — Demi se aproximou e eu me levantei.

— Tchau, Demi! — Fui de encontro ao seu corpo e lhe abracei. — Tenha uma boa viagem! — Ela beijou o topo da minha cabeça.

— Obrigada! — Ela pegou sua bagagem de mão, pois as outras já estavam no carro. Seu segurança já estava a esperando no aeroporto. 

— Você promete, que ira vir para o dia das mães? — Demi estava se afastando de mim, se certificando se havia pego tudo.

— Eu prometo! — Ela estava com o sorriso tão grande. Que pude me sentir grata apenas por presenciar o quanto Demi estava feliz naqueles dias. — Tem certeza que você não quer ir? — Eu balancei a cabeça em sinal negativo. — Ainda temos um lugar no carro! — Sentia que ela queria minha presença ali, mas eu havia escolhido ficar.

— Essa coisa de despedida é chato demais! — A gargalhada dela, era engraçada demais. Lucy adentrou a sala de visitas. — E também vou fazer companhia para Sra. Lucy! — A senhora de meia idade sorriu ao se aproximar de mim.

— Tudo bem! Fique com Deus e se cuide! — Demi estava mais amigável comigo, e sinceramente eu estou amando.

— Se cuida, também! — Demi me olhou de forma doce e eu nunca estive tão feliz por ser aceita. Sorri de forma positiva e logo ela se concentrou em chegar seus documentos enquanto Wilmer e as crianças buzinavam no carro para apressar ainda mais ela.

— Obedeça Wilmer. Ele me conta tudo. Ligarei quando possível e pode usar meu computador quando quiser! — Eu assenti. — Fique bem! — Mais uma vez me deu um beijo, só que desta vez na testa. 

— Fique bem! — Demi me olhou e sorriu. 

— Lucy, estou indo, cuide de Sophie! — Não compreendia toda essa preocupação dela sobre mim, mas eu gostava disso. — Você pode fazer o lanche dela? —  Lucy assentiu. Ela se despediu de Lucy com um abraço apertado. A buzina do carro impaciente foi tocada pela segunda vez. — Juízo, mocinha! — Dei uma risadinha e então ela saiu pela porta da sala. Entrou no carro, onde Wilmer, Peter e Isabela a esperavam. Eu os observava pela janela da sala de estar. Uma família linda, em momentos assim que me sentia uma intrusa.

— Então é só nos duas, pequenina!  — Lucy era muito uma senhora muito feliz e sempre estava cantando pelos cantos. Apesar de seus problemas, ela ainda mantinha um sorriso no rosto. Ela trabalha para Demi a anos, desde quando ela era uma garotinha. A família de Demi tem bastante confiança em Lucy e ela é uma ótima pessoa. Eu gosto muito dela, e a vejo como uma amiga. Ela disse que eu sempre posso contar com ela, eu sei disso. — Por que você não quer ir ao aeroporto? Aconteceu alguma coisa? — Ela perguntou curiosa e eu sai da janela quando perdi o carro de vista, me aproximei da senhora.

— Não, Lucy! — Ela colocou a mão na cintura e estava com um olhar de desconfiança. — Eu só não gostaria de ter esse contato com a mídia... não agora! — Eu tinha medo do que as pessoas achariam de mim.

— Mas deveria se acostumar! — Lucy falou de maneira amigável, mas mesmo assim me senti ofendida. — Você está vivendo em uma família de famosos, será assim! — Eu sei disso, mas e se os fãs da Demi não gostarem de mim? Ou se os fãs de Wilmer começarem a falar coisas horríveis sobre mim... não sei. Tenho minhas dúvidas.

— Eu não queria ser reconhecida por morar na mesma casa que Demi e Wilmer... Não agora, e se não ficar aqui? — Talvez eu só queria voltar para meus país. Por mais que as coisas aqui estejam indo bem, estou insegura. Lucy por mais que fosse tão experiente ela não me entendia, isso estava estampado em seu rosto. — Lucy, é tudo muito novo pra mim. É estranho, não estou acostumada. Se ao menos vocês pudessem me esconder! — Ela riu.

— Ah, Sophie você e suas invenções! — Não é invenção isto é sério. Eu só queria meu anonimato, somente isso! — Sophie, está ansiosa para sua conhecer a sua nova família no fim de semana? — Ela falou de maneira entusiasmada, tentando mudar de assunto, mas só estava dando voltas no mesmo.

— Se estou? — Dei um risinho irônico. Eles não seriam minha nova família, se é que isso existe! Nova família — É estou, estou super nervosa! — Não estou muito animada, mas estou muito ansiosa e com medo, e se eles não forem com minha cara. Se me enxergassem assim como eu me enxergo, como uma intrusa. —  Eles não são minha família! — Falei objetivamente. 

— Para de birra! — Eu cruzei os braços. Intensificando o que ela havia dito. — Venha me ajudar fazer o almoço, você deve estar com fome. Ficou a manhã inteira escrevendo. Vamos! — Falou me abraçando e me fazendo cocegas, me tirando a concentração sobre aquele assunto. Mas nada me faria esquecer. Eles não são minha família, pelo menos não ainda.