Vínculo

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Demi 

— Mamãe você não irá ficar chateada se irmos com a vovó? — Neguei. Eu havia conversado com a minha mãe mais cedo por telefone. Ela poderia ter imaginado que eu precisava de sua ajuda e colaboração e me ligou. Uma mãe sempre será como uma leoa protetora ao seus filhotes. Mesmo quando crescidos os filhotes também precisam de proteção. — Eu não queria te deixar sozinha! — Sinceramente, não precisava de pessoas me bajulando ou com pena de mim depois de saber o que de fato aconteceu, mas o que meu filhinho mais novo queria me dar era proteção assim como minha mãe. 

— Não se preocupe, crianças! — Acariciei os seus cabelos com cautela ao encarar minha mãe ainda preocupada, embora eu já tenha explicado milhões de vezes que eu estou bem e que apenas preciso de um tempo, assim como meus pequenos também! — Estou bem. Ele e eu estamos bem! — Na verdade eu não estava bem e talvez mentir para mim mesma fosse pior do que fingir para minha família que me encaram ao mesmo tempo a sala. — Talvez seja o melhor a ser feito, colocar os pensamentos em ordem e se distanciar de tudo um pouco! — Faziam exatos três dias que não nos vimos, as vezes me pego pensando nele. Exatamente nesses momentos que me vejo sem chão. Ele ligou para as crianças e perguntou de mim a Valerie, mas ele não quis conversar comigo. Me retrai a isso, mas não demostrei absolutamente nada. Afinal a decisão foi toda minha. Depositar a confiança em alguém é como jogar campo mimado, você deve confiar mais em você do que no próprio campo, afinal nunca se sabe qual quadradinho estará a bomba.

— Você tem certeza que não irá? — Mamãe perguntou a Sophie. A garota negou. Ela vem se mostrando ainda mais madura e compreensiva. Talvez esteja tão abalada quanto qualquer outra pessoa daquela sala, ela vinha se mostrando prestativa demais a mim, enquanto respeitava o meu próprio tempo e minhas decisões. Saber que ela estava ali, me trazia conforto. Eu sabia que apesar de sua pouca idade eu poderia contar com ela.

— Dianna, vem aqui... — Sophie se levantou e puxou a mão de minha mãe. As duas seguiram até algum lugar que não pude ver porque meu campo de visão não foi alcançado. Não me exitei a saber o que elas poderiam conversar embora achasse entranha a atitude da garota. Ainda chamava a minha mãe pelo nome. Isso me deixa totalmente desconfortável e papai Eddie pode observar isso, mas aprendi que com a mesma que as pessoas costumam ter tempos diferentes para todas as coisas.

— Madison está bem, pai? — Tentei quebrar o silêncio. O peso de ser constantemente observada que me deixava desconfortável. Suas mãos apoiadas ao queixo e sua expressão seria me encaram. Meu pai não estava feliz com minha decisão, mas me compreendia. Ele estava ainda mais bravo com Wilmer. Pois ainda acredita que eu sou a mesma menininha que ele acompanhava em concursos. Talvez assim como eu, ele nunca acreditou que o cara cujo eu jurei amor e vice-versa seria capaz de fazer algo assim comigo. 

— Ela está gravando, mas disse que dará um jeito de passar em sua casa! — Minha garota estava crescendo e eu não deixava de me preocupar. — Agora que ela tirou a carteira está se achando a adulta! — Algumas piadinhas as vezes era a melhor forma de esquecer um pouco do clima pesado que me cercava a dias.

— As pessoas crescem! — Isabela falou se aconchegando ao vovô irritado e tirando um leve sorriso de seu rosto.

— Mas garotinhas como vocês, não podem crescer tão de pressa! — Ele fez cócegas em sua barriga. O que por alguns instantes me fez bem. O olhar do meu pai para mim poderia dizer coisas como eu só queria te privar disso ou se pudesse daria um jeito de consertar as coisas. Mas isso era impossível.

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