Em silêncio

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Demi

— Eu conversei com Wilmer e ele disse que irá te encontrar as seis! — Minha irmã Dallas entrou no quarto me acordando. Sinto meu olho arder, era como se houvessem areia dentro deles. Eu não me lembro do momento em que dormi. — Abra as janelas Demi, já são quase três horas da tarde! — Me assustei com o horário. Me sentei na cama, ainda tinha dificuldade em abrir os olhos, agora ainda mais pela claridade. 

— E a Isabela? — Foi a primeira coisa que me veio a mente. A segunda foi como  eu adoraria que o meu quarto fosse preto. 

— Está com o Ed, ela está bem melhor! — Tinha uma mancha de sangue no meu lençol branco. Escondi com o edredom, tentando me recordar da noite passada. — Talvez amanhã ou depois pode vir para casa! — Eu poderia sorrir sem graça, mas eu estava ainda mais mal por voltar a velhos hábitos. — Nem isso te anima? — Dei de ombros me jogando a cama novamente. Não estava disposta. Era como se houvesse um imã ligando meu corpo a cama.

— Ela não irá vir a minha casa! — Eu tinha que arrumar um jeito de esconder o que havia feito. Eu não queria que ela pensasse que eu estava querendo chamar a atenção. 

— Para isso haverá essa reunião com advogados! — Puta que pariu! Eu havia meio que esquecido desse detalhe. 

— Para o divórcio você quis dizer! — Minha irmã mais velha me olhou e se sentou a minha frente e como um impulso eu fiz o mesmo! 

— Também, mas haverá acordos para os pais, isso não sai de contexto! — Ela tinha razão eu deveria mostrar que o bastante para os meus filhos, mas se qualquer pessoa realmente soubesse ler pensamentos saberia que eu não era.

— Peter e Sophie estão na aula? — Tentei desconversar. Estava assustada e talvez isso estivesse nítido, assim como a cara de choro. 

— Eles faltaram a aula novamente! — Tentava bolar uma forma para que ela não visse meus pulsos ao o sangue em minhas mãos já secos. — Como amanhã é sexta-feira falei para Wilmer deixa-los emendar a semana! — Talvez ela tivesse mais autoridade sobre meus filhos, do que eu! — Assim poderíamos fazer alguma coisa! 

— Não dormi bem a noite! — Na verdade eu estava desanimada. Não queria ver pessoas ou tinha vontade de estar próximo a pessoas felizes. — Ainda estou cansada! — Ela negou.

— Anda eu quero que você seja a divorciada mais gata de Los Angeles! — Ela me puxou pelos pulsos da cama. O espanto se formou em sua face e eu estremeci. — O que é isso? — Minha fraqueza ali bem diante de seus olhos, bem a frente da pessoa que mais me apoiou quando isso era algo rotineiro. Estava ali diante dos seus olhos o meu pedido de socorro. Ela não saberia lidar. — Posso ver seus pulsos? — Ela falou calma e eu comecei a chorar. 

— Dallas isso é só um mal entendido! — Ela negou e eu me recuei de volta a cama. Ao me sentar ela se aproximou. 

— Você me prometeu quando saiu da reabilitação, Demi! — Ela choramingou e eu pude me sentir culpada por quebrar promessas. — Prometeu para sua irmã mais velha! — Ela se levantou.

— Dallas, eu... — A impedi de prosseguir. 

— Demi, chega! — Dallas me negou. — Isso é coisa de adolescente, e ainda por cima da tatuagem? — Eu juro que nesse momento eu apenas queria sumir.

— Me desculpe! — Eu estava atordoada, sem rumo. — Eu só não estava me sentindo bem! — Ela se aproximou de mim. Ficamos em silêncio. Com a delicadeza de alguém que se arrependeu pelo que disse, ela segurou os meus braços. 

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora