Apenas você

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Wilmer

— Era só isso? — Ele debochou depois de minha advogada guardar os papeis em sua pasta preta. — Nossos advogados poderiam resolver sozinhos, você sabe! — Adam reclamou novamente.

— Sim, mas resolvi acompanhar a Senhorita Ruggiero para aproveitar e conversar com você, mas vejo que não está muito receptivo hoje! — Brinquei querendo quebrar um pouco o gelo de nossa conversa anterior. Adam não concordava com minha sugestão, mas ele sabia que isso era o melhor para a nossa garota.

— Estou com problemas para resolver, sem tempo... — Adam estava na defensiva e eu sabia que ele ficava assim quando era contrariado. — Por que não veio no encontro de terça-feira? — Me aproximei da mesa de centro onde ele estava sentada e cocei minha garganta antes de começar a falar.

— Eu também precisava de um tempo para pensar! — Não era uma possibilidade perder minha filha ou deixar de protege-la, eu não poderia deixar sua vida se tornar um inferno, ela já tinha passado por tantas coisas. — Eu já podia imaginar que você iria querer reconhecer sua paternidade depois do resultado positivo. Eu não queria que fosse dessa forma. Ela ficou muito chateada com você. Eu pensei que você a amasse! — Não poderia ao menos pensar em vê-la daquela forma de novo, chorando porque seu coração foi partido.

— Eu a amo. Ela é um parte minha, mas não temos convivência é complicado, porque não sei sua forma de lidar com as coisas, pensei que Sophie fosse pacifica, mas ela é feroz. Ela diz coisas horrendas, se magoa com suas próprias ilusões, chora, grita... — Por mais que suas palavras sejam sobre amar a garota, ele não a amava, não como um pai, não como eu. — Eu preciso de dinheiro, Wilmer. Eu tenho uma dívida que eu preciso pagar, é uma questão de vida ou morte. Aqui dentro eu estou seguro. Safira está segura. Vocês não estão! — Eu poderia fazer ideia do que ele se referia. Adam era mais metido com coisas erradas do que eu poderia se quer imaginar. — Meu pequeno raio de sol não está seguro! — Ele costumava chamar Cloe assim, desde sua infância, mas não sabia se dessa vez ele se referia a Sophie, acho que não.

— Podemos entrar com uma ação protetiva! — A advogada de nossa família contestou Adam.

— Você é nova no ramo, né? — Ele debochou e ela assentiu inocentemente. — Tão bobinha! — Olhei para Senhorita Ruggiero, ela ainda encarava o homem a nossa frente. — Mulheres não são boas advogadas, Wilmer! — Seu próprio advogado saiu da sala com rapidez e eu fiquei ali parado com cara de espanto por sua audácia ao falar aquilo. 

— Se você me ofender, eu irei acabar com você! — Mas a jovem mulher não era boba. — Você conhece as leis, eu também, então retire o que disse! — Sabia se defender e deixou Adam boquiaberto. Senti uma pontinha de agradecimento por ela ter rebatido sua ofensa.

— Me desculpe! — Ele falou baixo depois de pensar um pouco.

— Tome cuidado com as palavras! — Eu o repreendi. — Ruggiero é muito competente! — Adam a olhou com desdém e isso a fez se retirar. 

— Viu, é fácil se redimir! — Ele brincou, mas não achei graça. Estava pegando repugnância ao olhar seu rosto, não conseguia imaginar que aquele meu amigo de infância havia se tornado um homem como o que estava olhando neste exato momento.

— Você tem duas filhas. Duas meninas que se tornaram mulheres! — Me sentei em sua frente.— Então reveja seus conceitos! — Adam ainda se mantinha firme naquela posição, era visível. 

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