Você não precisa sentir medo

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Sophie

Nosso piquenique no parque foi muito divertido, por um momento eu estive tão distante de todos os problemas, eu pedi aos céus para morar naquele momento, mas não é possível. 

Passeamos de carro também, eu pude conhecer vários lugares de Los Angeles. Não encontramos nenhum paparazzi apesar dele já ter me alertado sobre isso. Foi muito legal e tomamos sorvete fiz uma mistura inusitada e deu super certo. Melancia com menta.

Chegamos tarde em casa. Jantamos fora e eu fiquei bem nervosa por isso. Algumas pessoas pediram fotos para ele. Fico preocupada por Demi, sei que é por minha causa que ela está assim, por estar sobre a guarda de Wilmer.

As crianças eram quem mais sofria por Demi estar assim. Eu poderia fazer, enquanto estiver aqui, algo para alegrar seus corações. Eu poderia ajudar em algo, apesar de minha dor... eu era mais velha e eu posso ajudar. Assim de alguma forma consigo curar minha dor e conquistar dois amigos. Dois grandes amigos.

 — Sophie!  — Como passe de mágica eles estavam batendo na porta do quarto onde estava. Abri a porta para os dois. 

— A gente pode entrar? — Complementou Isabela.

— Claro! — Respondi deixando a blusa que estava dobrando para guardar em uma das duas cômodas que tinha no quarto. Estava desfazendo as malas. Não entendia porque ele havia pedido para eu fazer isso, se não sabíamos quanto tempo eu iria ficar.

— A gente queria perguntar... fala você, Peter! — Isa empurrou Peter, fazendo com que o garoto se desequilibrasse. 

— Isabela...cuidado! — Eu a adverti e ela me olhou virando os olhos. Eu finjo que não ligo, mas aquilo me enfurece um pouco, mas dou de ombros. — O que vocês querem perguntar? — Eles tinham sete anos e eu onze, deveria ser um bom exemplo para eles, talvez assim Demi pudesse gostar mais de mim.

— Papai disse... — Peter começou, mas não terminou.

— O que Wilmer disse? — Eu rebati de pressa, estava curiosa. Eles me olharam curiosos também, Isabela tomou a frente do irmão.

— Ele disse que você viu seus pais morrerem é verdade? — Isabela falou com um olhar duvidoso. Peter tampou a boca em sinal de negação. Eu sinto uma serie de emoções, não consigo controlar. E principalmente uma dor insuportável no peito, como uma facada. — É verdade? — Ela perguntou novamente.

 É verdade! — Eu respondo, depois de alguns minutos lembrando de alguns momentos bons que eu tive ao lado dos meus pais. Todas as vezes que ia desabar eu me aproximava dos céus e pedia para alguém me sustentar. Ainda doía, por mais que buscasse procurar por boas memórias.

— Você pode nos contar? — Peter perguntou curioso, isso revira o meu estomago. E me dói. Me dói o peito. 

— Se não quiser você não precisa! — Isabela percebeu, como se pudesse ver pela minha expressão que aquele assunto era doloroso para mim.

— Eu só preciso de um pouco de ar antes! — Me levantei e fui a janela... o céu era meu abrigo, meu conforto, minha casa... — Posso conversar com vocês no jantar? — Senti minha garganta secar, eu iria chorar, mas não queria que eles vissem. — Posso ficar sozinha? — Não me virei para falar a eles.

— Eu entendo! — Isabela começou a puxar o Peter e eu fui obrigada a me virar para os dois. Tinha os olhos marejados, mas não iria chorar.

— Você não precisa ter medo de conversar sobre coisas que te machucam! — Peter falou ainda sendo puxado pela irmã que parou de agir assim. Sorri para ele. Não era medo. Eu só queria esquecer.

— Nossa vovó sempre fala isso para gente. Ela é uma ótima vó, você precisa conhecer ela! — Isabela falou concordando com o irmão.

— Em breve! — Digo e os dois saem correndo pela porta a fora.

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora