Morada

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Demi

Era com um aperto em meu coração que velava o seu sono. Sophie fazia parte de mim, se ela partisse estaria incompleta. Mas ela é livre para escolher o que queria. Havia um sentimento tão grande em meu peito, por ela. Não sabia como explicar. Fora todas as razões que tenho para deixa-la ir, há uma única razão que tenho para ela ficar. Eu a amo.

Não consegui dormir durante toda noite. Isso era ruim. Uma sensação estranha, mas não me sentia cansada. Pelo contrario estava muito disposta.

O sol nascia iluminando de relance o quarto. Ainda era muito cedo. E eu já tinha paranoias. Não sei quanto tempo fiquei ali parada pensando sobre a vida. Mas tomei um belo susto quando o celular despertou. Sophie se ajeitou na cama mas voltou a dormir logo. Ela era tão bonitinha. O sol que entrava pela cortina iluminava suas leves sardas que salpicam o seu nariz. A covinha na bochecha direita. Tudo em perfeita sintonia, como a melodia de uma música.

 Sophie, vamos acorde! — Ela parecia um anjo. Não entendia como a mãe não a deixava dormir em sua cama. Talvez ela viveu mais do eu poderia imaginar. Eu fiquei horas olhando ela dormir, sem ela nem ao menos saber. E durante cada minuto eu me perguntava o porque recebi tanta sorte em ter a conhecido. Não queria acorda-lá, mas hoje era o dia. Suspirava enquanto balançava Sophie, para a mesma acordar. — Vamos Sophie, sem moleza!

 Só mais um pouquinho, vai! — Ela enrolava. Não sabia sobre o passado de Sophie. Mas sabia que ela era tão especial para mim. Não havia como ser outra pessoa, tinha que ser ela.

 Hoje é um dia importante! - Ela finalmente tomou coragem e se sentou na cama ainda com muito sono. Tentando acordar ela esfregava os olhos com as suas duas pequenas mãozinhas. — Você não está ansiosa?

 Não! - Sophie falou rápido, tirando um leve sorriso que tinha no rosto. Ela se deitou de novo, desta vez se jogando na cama.

 Tudo bem! —Talvez fosse somente um mau humor matinal. Me levantei, afinal ainda tinha mais dois docinhos. Eu amava muito meus filhos. Iria lutar por eles até o fim. — Eu vou ajeitar as coisas e quando eu voltar quero que você esteja pelo menos de pé!

 Tá! — Ela virou para o outro lado ainda sonolenta. Poderia continuar ali a olhando e agradecendo por te-la ali. Aquele momento poderia ser o último, ou talvez o primeiro de muitos.

Wilmer

Estava nervoso. Quem não estaria? Já havia acordado as crianças, mas ainda estavam deitadas em suas camas. O dia estava tão lindo e todo esse pessoal, estava nessa preguicinha ainda. Fui ao quarto de Sophie, mas não havia ninguém ali. Meu coração ficou gelado. Escutei Demi cantar alguma coisa enquanto descia as escadas. Fui ao seu encontro.

 A Sophie não está no quarto! — Aquilo me deixou nervoso. Onde aquela garotinha se meteu? Demi apenas soltou uma leve risada.

 Ela dormiu no meu essa noite! — Fiquei aliviado. Ainda estávamos na escada. Não tínhamos uma conversa saudável a dias.

 Fico feliz que vocês estão se entendendo! — Toquei o seu ombro. Mas o que eu mais queria era tocar seus lábios. Eu amava tanto aquela morena que chegava a doer.

 Ela estava com medo da tempestade! — Demi falou enquanto descia e eu a segui atras. — Willy me machucou quando vi ela se deitar no chão, sem nada, apenas no chão cru. Ela falou que sua mãe não deixava ela se deitar em sua cama, quando ela tinha medo! Imagina quantas vezes ela dormiu no chão duro, por conta de uma insensibilidade de sua mãe. Ela é apenas uma garotinha!

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora