Primeiro beijo

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Sophie

— Eu também vou ficar na escola até mais tarde! — Falei a Henry. Dessa vez estávamos em frente ao refeitório. O barulho das conversas paralelas dos alunos que estavam indo para suas casas ou para suas atividades diárias fazia com que tivéssemos que falar mais alto. Isso não era nenhum motivo relevante, mas Henry parecia estar em outro mundo. — Ajudarei Alex com matemática na biblioteca da escola, a senhorita Anne deixou ficarmos até depois da aula para estudar! — Henry parou de caminhar e assim fiz também.

— Eu também estarei lá! — Ele estava calmo, não havia ficado irritadinho por falar de Alex. Estranhei. — A matéria do jornal de amanhã é sobre a biblioteca, sem contar que trabalhamos na sala ao lado, ficamos próximos, podemos se encontrar no fim, quem acabar primeiro espera o outro, tudo bem? 

— Por mim tudo bem! — Dei de ombros voltando ao andar. Ele ainda ficou parado. — Vamos para biblioteca juntos, então? — Ele concordou e prosseguimos, realmente estava acontecendo algo estranho com ele. — Henry você não reclamou de Alex, gostei de ver! — Dei um soco em seu ombro quebrando o silêncio.

— Ah, Sophie! — Era como se ele estivesse anestesiado. Como se estivesse a-pai-xo-na-do! — Entre! — Ele abriu a porta para mim! A biblioteca da escola estava visivelmente vazia. Era enorme e tinha incontáveis livros. Eu nunca estive em uma tão grande assim. Tinha uns poofs coloridos. Umas mesas redondas. Uma parte tinha computadores para pesquisa. — Nossa essa iluminação está perfeita! — Não entendi muito bem o que ele poderia estar falando. As luzes estavam apagadas. 

— Podemos usar o computador? — Falei me aproximando de uma das mesas onde estavam os notebooks.

— Claro! — Ele confirmou se afastando e entrando em uma porta que eu nem tinha reparado na existência. — Estamos sozinhos. A monitora não está por aqui! — Ainda na pequena sala ele gritou e o eco formado pelo silêncio ajudou o som chegar aos meus ouvidos perfeitamente. Me sentei. Escutei meu estomago roncar. Olhei em volta e tinha muitas portas ali. Era uma biblioteca bem sinistra. 

— Estou com fome! — Falei a Henry ao perceber que estava fechando a porta por onde entrara alguns momentos antes. Ele sorriu por minha forma de falar. Estava com uma câmera fotográfica em mãos.

— Eu acho que eu tenho uma maça aqui, você quer? — Concordei. Começou a mexer em sua bolsa e tirou alguns potinhos. — Aqui está! — Ele me entregou uma maça totalmente vermelha e bonita. Me senti a própria Branca de Neve. 

— Obrigada! — Henry se sentou ao meu lado. Mexendo na câmera sem nem sequer se preocupar. Mordi a maça. Um enorme barulho se formou. — Nossa isso aqui é bem grande e silencioso! 

— Bibliotecas tendem a ser silenciosas! — Ele garalhou. Se levantou rápido. — Espera deixa eu tirar uma foto sua? — Eu não entendi muito e poderia fazer de tudo para continuar ali sentada naquele poof cor de suco de uva. — A iluminação está ótima! — Ele puxou a minha mão e como em um instante eu já estava em pé.

— Ah, mas não mostre a ninguém! — Ele concordou e me levou bem em frente a imensa janela que de dava para a parte dos fundos da escola. Comecei a andar pelos livros enquanto Henry procurava alguma coisa. Pude ver um livro com o nome da Demi, mas eu não sabia que ela havia escrito algo.

— Espera coloque esses óculos! — Henry me entregou um óculos, meio redondo. Coloquei. Fiquei sem enxergar absolutamente nada. — Segurando um livro! — Assim eu fiz e ele começou a me fotografar. Eu ainda estava com minha mãe em mãos e com fome. — Muito intelectual! — Talvez Henry posso ter tirado umas trinta fotos minhas.

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