Pais de coração

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Sophie

Bom dia, mundo! — Por mais incrível que isso possa parecer eu acordei de bom humor. Não sei como fui parar na minha cama. Tentei buscar na memória, qual foi a última coisa que eu fiz, mas só me lembro de me alinhar a Demi.

Dei um pulo e corri para o banheiro. Tomei um bom banho. Literalmente acordada agora. Eu queria saber se Demi estava bem. Se as coisas já estavam acertadas. Abri a janela e como o dia estava lindo.

Sophie, já acordada? — Era Wilmer. Só falta ele estragar meu dia, falando que estou de castigo e nem poderei ir ao quintal. — Bom dia!

Bom dia, Capitão! — Bati continência como uma soldada. Ele sorriu. Menos mal, talvez não estaria tão encrencada assim.

Você não me obedeceu ontem, né? — Ah merda! Não neguei. Na verdade não mentiria mais para ninguém. Isso me trouxe grandes problemas. — Mas, mesmo assim, não me sinto bravo por isso!

Não? — Estava surpresa por ele mesmo assim sorrir. Não estava feliz por ter o desobedecido, mas sim por eu ter ficado com Demi no momento que ela mais precisava. 

— Não. Estou aqui, na verdade com um pedido de desculpas! — Eu gostava dele, porque ele era sempre sincero e direto. Não ficava enrolando com medo do que as pessoas achariam. Eu adoro a confiança que ele tinha, em si mesmo. — Eu não queria que você escutasse aquela discussão, não queria que você passasse por isso, mas foi inevitável. Ontem eu estava nervoso e me arrependo da forma que falei com você!

Tudo bem! — De certa forma, estou acostumada com essa situação. Sabe a gente se acostuma. Mas eu não queria que eles brigassem. De forma alguma. Eu sempre me vejo frente a uma guerra. Onde existe dois lados fortes. Eu tenho que tomar um lado. Mas eu sempre tento concertar as coisas. Fazer os dois lados fazerem as pazes é bem melhor do que ter que tomar partido.  Eu entendo você, também. Sei o quanto foi chato ter que conversar sobre algo tão sério. — Mas eu também entendia Demi, e ver o quanto ela ficou chateada me doeu. A carinha de choro me machucou. Eu só fiquei triste, porque a forma que você conversou com ela só fez com que a dor ficasse maior.

— Eu sei disso. Quando eu saí para caminhar e pensar, eu pude ver que o que fiz foi errado. Me deixei levar pela emoção, por mais que tentava me controlar. — Eu gostava quando as pessoas falavam o que pensavam para mim. Eu ficava tão feliz por ser confiável. Achei muito maduro da sua parte, ir falar com ela. Você vem mostrando o quanto você é incrível. Mas não costume me desobedecer se não for algo sério.

Tudo bem, Capitão! — Ele bagunçou meu cabelo que eu tinha acabado de pentear. Ótimo! Estava tão feliz por imaginar que Demi estivesse bem agora. Ela já acordou? — Ele negou. Será que tinha dormido com ela, mas como vim para o quarto sozinha, será que eu sou sonambula? E quanto a sua relação com ela? — Ele me encarou.

— Acho que você está querendo saber demais não, acha? — Eu quero saber o necessário. 

— Não! — Ele me olhou surpreso. Será que isso soou rude? É por que ontem ela falou que você não daria perdão a ela. Você realmente vai fazer isso?

— Dessa vez ela pisou na bola comigo! — Mas e quanto as pessoas precisam de uma nova chance. Na verdade com todos que confiam nela!

Mas as pessoas erram, não é? — Ele se sentou. Cheguei próximo a ele. Elas sempre merecem uma outra chance. Somos humanos imperfeitos. Só queremos um lugarzinho no mundo, e sabe talvez esse lugarzinho esteja bem aqui dentro. — Apontei para o seu coração. 

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