Com dificuldade e demora, consegui retirar as roupas de meu pai e levá-lo até o lavabo da suíte.
— Ainda vamos voltar hoje? — Perla pergunta parada na porta do lavabo.
— O que eu mais quero é sair daqui — respondo segurando meu pai debaixo do chuveiro.
O odor de álcool estava não só impregnado em suas roupas, mas também na própria pele e que passa um pouco para mim.
— Certo, vou levar as malas para o carro. Onde está a chave?
— Pergunte para a Kiara.
— A amiga da Bru? — ela franze o senho.
— Isso.
Nosso pai está calado debaixo do chuveiro, ele passou vários minutos delirando e falando de algo que já aconteceu.
— Por que ela sabe da chave? — pergunta desconfiada.
— Estávamos juntos.
— Você e ela?
— Isso.
— Fazendo o que diabos? — a voz dela se altera, aumentando um pouco a gravidade.
— Perla. Por quê está gritando? Bru apenas pediu para que eu levasse Kiara na livraria.
— Você deveria estar conosco, não turistando com a novata.
— Não é momento para isso. Não tinha como eu prever que o nosso amado pai não aguentaria ficar três dias sem beber.
— Tudo bem, desculpa. Eu só não ... Vou atrás da chave — ela respira fundo e me da as costas, saindo do lavabo.
Giro a chave do chuveiro e o desligo, tento acordar meu pai e o seco antes de sairmos do box, para evitar que ele caia e me leve junto ao chão.
Coloco uma camisa de manga longa nele de sentim, e uma calça moletom para vesti-lo sem muita dificuldade. Antes que eu perceba, ele cai na cama.
O encaro.
Francamente, isso é ridículo.
Tento não pensar na raiva que sinto dele por simplesmente não conseguir controlar o tanto que bebe, ou em como odeio que ele seja o meu pai e das minhas irmãs — uma das únicas coisas boas que ele já soube fazer na vida.
— Patsy — tia Margareth aparece na porta da suíte de meu pai. — posso entrar?
— Você é sempre bem-vinda, tia Meggie — respondo me afastando um pouco do corpo de meu pai.
Tenho que liberar a minha raiva.
Sempre tivemos muito apoio da tia Margareth, é praticamente uma mãe para nós, já que a nossa, só Deus sabe onde está.
A culpa de tudo isso que está acontecendo é dela, ou pelo menos parte da culpa é dela.
— Perlita disse que vocês ainda vão hoje. Acha uma boa ideia? Não podemos ajudar de longe.
— Tenho. É melhor assim, quando as meninas forem para a escola amanhã vão poder se distrair.
Ela assente, fechando a porta e se aproximando de mim.
— Foi o máximo que ele conseguiu ficar sem beber — comento com desgosto encarando-o roncar na cama.
— Eu sei. Ele tem que procurar ajuda.
— Já tentei, a senhora sabe.
Ela assente mais uma vez.
— Nunca é fácil da primeira vez.
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A Força Do Querer
RomanceTudo estava sobre controle na vida de Kiara, ela tinha o apoio para fazer o que desejasse, sentia que a família era seu tudo, confiava nos pais. Era feliz, era ela. Sem vícios, sem amargura, sem medos e desconfiança. Patrick nem sempre pôde confiar...