capítulo 75| growing up

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|Patrick Patterson|

Quando saí da casa de Kiara no começo da manhã, não foi da forma que eu imaginei que seria - e nem queria que algo assim acontecesse, me sinto menos maduro por isso, mas, não queria colocar ela em maus lençóis, então acatei seu pedido e sai de mansinho.

Por mais que uma parte do dia anterior tenha sido conturbada, a conclusão dele foi bastante proveitosa - desde Kiara desabafando sobre seus sentimentos de uma forma mais sincera e aberta possível, até nós aproveitando um momento tranquilo e caseiro juntos. Quero isso o máximo possível, e sempre que possível.

Ter Kiara em meus braços é algo inevitável e isso me faz temer perde-lá, porque talvez em algum momento ela se canse de mim e não estou nem um pouco preparado para isso.

Encaro às roupas limpas e dobradas em cima de minha cama - vestidos, shorts, camisas e roupas íntimas -, são de Kiara. No dia anterior, ela fez compras com Perlita e Bru, e acabou deixando às sacolas aqui ao sair às pressas e totalmente perturbada, então, Perla simplesmente disse para eu deixar aqui, não levar de volta para Kiara.

Perla provavelmente é mais engenhosa do que eu imaginava - e não sei até que ponto saberei lidar com isso no futuro.

Me levanto da cama e guardo às roupas limpas e cheirosas em algumas gavetas vazias do meu closet e pego a roupa que usarei na festa de ano novo da minha família.

Tia Meggie já está aqui na casa deles que é próxima à praia, e metade dos meus primos também estão aqui, apesar dela ter dito que não queria nada grande este ano, as coisas fugiram do controle dela e provavelmente será uma festa muito animada.

Quando estou pronto, vou até o quarto de meu pai. Ele está quieto encarando a rua pela janela, mas está bem vestido - o que significa que ele já está pronto para sairmos.

- Não gosto que fique me encarando assim, Patrick - meu pai diz me encarando.

Dou de ombros.

- Força do hábito.

- Não sou louco.

- Não diria que é.

Ele suspira, olhando pela janela novamente.

- Não preciso de uma babá - ele responde.

- Não sou uma babá, sou seu filho - retruco. Apesar de suas ações vergonhosas nos últimos anos, meu pai tem um senso interessante de vergonha e culpa. - e não estou aqui lhe vigiando, se é isso que está pensando.

- Desculpa, filho - meu pai pede com sinceridade.

Sei que há sinceridade em suas palavras, e que ele se preocupa conosco mas nunca é o suficiente para que ele não fique bêbado até perder a noção e o controle sobre si mesmo.

- Vamos? - pergunto, sem me mover da porta do quarto dele.

- Sabe, filho, pode aproveitar a noite. Prometo não fazer nenhuma besteira.

Endireito meu corpo. Meu pai já falou isso muitas vezes, e na maioria delas ele falhou miseravelmente. Suas palavras não são capazes de me deixar seguro por mais que eu sinta que ele realmente está disposto a não fazer bobagens, a não beber. Não consigo confiar.

A Força Do QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora