capítulo 37| girls

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Depois que tomamos banho, Patrick e eu começamos a assistir o filme e aproveitamos para comer — talvez a pizza estivesse um pouquinho fria.

"— É pelo seu bem — Annie Willks diz."

Minha boca forma um "O" completo quando Annie rompe os tornozelos de Paul com uma marreta. Eu tinha lido isso, mas assistir?!

Caramba.

Encaro a personagem segurar a marreta, enquanto fala:

"— Meu Deus, como eu te amo."

Cubro minha boca com a mão, ainda chocada que realmente colocaram a cena no filme.

— Chocante, eu sei — Patrick comenta, fazendo carinho em meu cabelo.

O filme é de 1990.

— Você reagiu assim na primeira vez que assistiu? — pergunto virando meu rosto para encara-lo.

Não é possível que ninguém tenha ficado chocado, ou com vontade de vomitar.

— Muito pior — ele diz sem desviar os olhos da tela do laptop.

Seguro seu braço quando me assusto.

— É só o meu celular — ele diz tranquilamente, retirando o celular do bolso da calça.

Suspiro, colocando a mão no peito. Estava tão concentrada com o filme, que meu cérebro automaticamente pensou em algo ruim quando ouvi o alarme de seu celular tocar.

— Tenho que ir — Patrick diz beijando meu ombro.

Assento com a cabeça.

Dou espaço que ele saia da cama. Ele passa a mochila de couro no corpo e calça os sapatos.

Seu cabelo está molhado, assim como o meu, e a sua roupa amassada.

— Tenho um presente para você — ele diz abrindo a mochila.

— O que é? — pergunto curiosa, colocando as pernas para fora da cama.

Ele retira um embrulho de cor sóbria e me entrega.

— Pedi que a tia Meggie enviasse de Santa Barbara para mim.

Minhas mãos passam pelo lacre e eu começo a puxa-lo para poder abrir. Quando consigo, retiro o livro que estava dentro do embrulho.

— Ah, Patrick, muita obrigada! — agradeço passando a mão pela capa do livro. "O Iluminado".

Deixo o livro em cima da cama e me levanto para poder beijar Patrick mais uma vez.

— Vou te viciar nele — Patrick se refere ao escritor do livro, Stephen King.

— Você que pensa.

Patrick passa as mãos em volta de minha cintura e me traz para perto de si.

— Boa noite, Kiara — ele me dá um beijo lento e cheio de avidez.

Sorrio e acompanho ele até a porta.

— Boa noite, Patrick — digo antes de fechar a porta do dormitório.

Suspiro, e encaro a bagunça que está a minha cama. 1, preciso trocar os lençóis, 2, tenho que jogar a lata de refrigerante no lixo, 3, tenho que terminar de comer a pizza, ainda sobrou dois pedaços.

São um pouco mais que 22 pm, e Brooke ainda não chegou. Em parte, acho que seja um alívio, já que ela não precisou dar de cara com o primo dela comigo em uma posição constrangedora. Em contra parte, fico preocupada com a sua demora, ela mesma disse que não ia demorar.

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