Depois que tomamos banho, Patrick e eu começamos a assistir o filme e aproveitamos para comer — talvez a pizza estivesse um pouquinho fria."— É pelo seu bem — Annie Willks diz."
Minha boca forma um "O" completo quando Annie rompe os tornozelos de Paul com uma marreta. Eu tinha lido isso, mas assistir?!
Caramba.
Encaro a personagem segurar a marreta, enquanto fala:
"— Meu Deus, como eu te amo."
Cubro minha boca com a mão, ainda chocada que realmente colocaram a cena no filme.
— Chocante, eu sei — Patrick comenta, fazendo carinho em meu cabelo.
O filme é de 1990.
— Você reagiu assim na primeira vez que assistiu? — pergunto virando meu rosto para encara-lo.
Não é possível que ninguém tenha ficado chocado, ou com vontade de vomitar.
— Muito pior — ele diz sem desviar os olhos da tela do laptop.
Seguro seu braço quando me assusto.
— É só o meu celular — ele diz tranquilamente, retirando o celular do bolso da calça.
Suspiro, colocando a mão no peito. Estava tão concentrada com o filme, que meu cérebro automaticamente pensou em algo ruim quando ouvi o alarme de seu celular tocar.
— Tenho que ir — Patrick diz beijando meu ombro.
Assento com a cabeça.
Dou espaço que ele saia da cama. Ele passa a mochila de couro no corpo e calça os sapatos.
Seu cabelo está molhado, assim como o meu, e a sua roupa amassada.
— Tenho um presente para você — ele diz abrindo a mochila.
— O que é? — pergunto curiosa, colocando as pernas para fora da cama.
Ele retira um embrulho de cor sóbria e me entrega.
— Pedi que a tia Meggie enviasse de Santa Barbara para mim.
Minhas mãos passam pelo lacre e eu começo a puxa-lo para poder abrir. Quando consigo, retiro o livro que estava dentro do embrulho.
— Ah, Patrick, muita obrigada! — agradeço passando a mão pela capa do livro. "O Iluminado".
Deixo o livro em cima da cama e me levanto para poder beijar Patrick mais uma vez.
— Vou te viciar nele — Patrick se refere ao escritor do livro, Stephen King.
— Você que pensa.
Patrick passa as mãos em volta de minha cintura e me traz para perto de si.
— Boa noite, Kiara — ele me dá um beijo lento e cheio de avidez.
Sorrio e acompanho ele até a porta.
— Boa noite, Patrick — digo antes de fechar a porta do dormitório.
Suspiro, e encaro a bagunça que está a minha cama. 1, preciso trocar os lençóis, 2, tenho que jogar a lata de refrigerante no lixo, 3, tenho que terminar de comer a pizza, ainda sobrou dois pedaços.
São um pouco mais que 22 pm, e Brooke ainda não chegou. Em parte, acho que seja um alívio, já que ela não precisou dar de cara com o primo dela comigo em uma posição constrangedora. Em contra parte, fico preocupada com a sua demora, ela mesma disse que não ia demorar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Força Do Querer
RomansaTudo estava sobre controle na vida de Kiara, ela tinha o apoio para fazer o que desejasse, sentia que a família era seu tudo, confiava nos pais. Era feliz, era ela. Sem vícios, sem amargura, sem medos e desconfiança. Patrick nem sempre pôde confiar...