Durante a semana, Patrick me deu aulas de direção praticamente todos os dias. Foi bem mais tranquilo e já consegui me sentir "normal" dirigindo, me acostumando com isso e treinei as partes mais difíceis. Como meu pai trabalha a maior parte do dia no escritório, ele não percebeu nada, então tem sido fácil esconder isso dele.
- Você vai conseguir - Patrick diz, me dando um abraço antes de eu entrar no carro com o instrutor.
Sinto meu corpo tremer um pouco, e minha mente está agitada. Tenho que conseguir passar nesse teste.
O instrutor Malone é gentil, mas está sério e me passa as informações que preciso saber antes de começar a prova. Da forma que Patrick me ensinou, a primeira coisa que faço é colocar o cinto de segurança, antes de confirmar que o retrovisor está posicionado na posição correta e ligar a ignição do carro.
Patrick me emprestou o carro dele para que eu fizesse a prova e o instrutor me informou qual seria a minha rota. Mesmo nervosa, tento imaginar Patrick ao meu lado para me tranquilizar, para manter minha mente focada. Dirigir não é um monstro de sete cabeças, e Patrick me ensinou isso.
Tento reproduzir tudo que aprendi na teoria e na Patrick com Patrick e não demonstrar meu nervosismo para o senhor Malone, que permanece em silêncio ao meu lado, esperando que eu erre algo para que ele me reprove no teste.
Além de "apenas" dirigir, o senhor Malone pediu para que eu estacionasse o carro em uma vaga que eu considerei SUPER apertada, mas dei meu jeito - apesar de ter sentido que bateria o carro, o que passou bem perto de acontecer, mas no fim, consegui estacionar corretamente. Depois disso, ele me fez tirar o carro e voltar ao ponto de partida.
Voltamos ao posto no qual fica o departamento que cuida dos trâmites e todas as legalidades para ter uma carteira de motorista e ele me deu a aprovação. Como eu já havia deixado e organizado toda a minha documentação com eles, eu precisarei apenas esperar pela minha carta.
Saio da sala do senhor Malone e procuro por Patrick na recepção do departamento.
Patrick está em pé, andando de um lado para o outro com um copo de café na mão próximo à uma janela grande. Quando ele vira o corpo e me vê, Patrick sorri e eu caminho até ele quase correndo.
- Então? - ele pergunta, ansioso.
Dou de ombros.
- Kiara...
- Eu passei, bobão! - digo lhe abraçando e lhe dando um beijo na bochecha.
- Eu avisei que você ia conseguir, boboca! - ele passa os braços em volta de mim com cuidado para não derramar o café em mim ou no chão.
Respiro fundo para sentir o cheiro do perfume de Patrick e me sinto muito feliz por ele fazer parte disso comigo.
- Vêm, vamos comemorar sua aprovação em outro lugar - Patrick diz, entrelaçando nossas mãos, e tomando o resto do café antes de jogar o copo no lixo.
Permito que ele me guie, e nós saímos do departamento direto para o carro dele.
- O que vamos fazer? - pergunto, curiosa, passando o cinto de segurança em meu corpo.
- Tomar sorvete e praia - ele diz, ligando o carro. - é o nosso último fim de semana de recesso de inverno.
Afirmo com a cabeça.
- Nem lembra disso - respondo, fazendo careta e procurando uma playlist para tocar na rádio. Nosso trajeto até a praia irá demorar, já que estamos no centro.
- Nem um pouco empolgada, pelo visto - Patrick comenta.
- Você sabe que eu odeio meu curso.
- Eu sei. E se a gente tentasse outra coisa? - Patrick sugere.
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A Força Do Querer
Lãng mạnTudo estava sobre controle na vida de Kiara, ela tinha o apoio para fazer o que desejasse, sentia que a família era seu tudo, confiava nos pais. Era feliz, era ela. Sem vícios, sem amargura, sem medos e desconfiança. Patrick nem sempre pôde confiar...