capítulo 56| café da manhã nos Pattersons

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Engulo em seco quando sinto o gosto salgado das lágrimas que escorriam em minha bochecha.

Não queria chorar. Não queria chorar na frente de Patrick. Não queria chorar nos braços dele, e nem nos de ninguém, mas foi inevitável.

Tudo o que estava relacionado a morte de minha mãe e a minha relação com meu pai e tudo que aconteceu depois daquele dia estava entalado em minha garganta, pairando obsessivamente em minha mente.

— Você não tem culpa de nada — Patrick beijou o topo da minha cabeça e fez carinho em minha cabeça.

Sei que ele está tentando me acalmar, e até tem razão, mas é difícil tirar a sensação de culpa sobre tudo o que aconteceu, de todas as minhas ações, em tudo o que me meti em tão pouco tempo, tudo que não consigo mudar.

— A gente não tem controle de nada.

— Você parece ter controle de tudo.

— Eu não controlo nada. Faço o que está dentro do possível, a verdade é que quanto antes a gente aceitar que não tem controle de nada das nossas vidas, melhor.

Suspiro.

Sei que isso é verdade. Mas a falta de controle me causa uma dor no peito, uma angústia inevitável que me traz muitos pensamentos obsessivos.

Patrick se afasta de mim e desliga a luz do abajur. Sinto ele deitar na cama e me puxar delicadamente para que eu faça o mesmo que ele.

— Você parece muito tranquilo com tudo, sabia? É até irritante.

A risada de Patrick sai alta entre os seus lábios e sinto seu corpo contraindo um pouco.

— Qual foi a piada? — pergunto levemente irritada, ajeitando meu corpo próximo ao dele.

— Tenho muitas preocupações, pra falar a verdade. E, é isso que te irrita em mim? Posso tentar parecer mais "destranquilo".

Rio.

— Agora eu sei — respondo passando minha mão em sua cintura.

Estamos de frente um para o outro.

— Você só precisa desacelerar... — Patrick sussurra segurando meu rosto carinhosamente para secar minhas lágrimas. — tentar coisas novas.

Aproximo meu rosto de Patrick e sinto sua respiração próxima a mim, se misturando com a minha como se fôssemos um só.

Tento resistir a tentação de tocar em seu rosto, de sentir sua pele na minha, mas é impossível. Patrick me provoca de todas as formas possíveis.

— Tô aqui com você — Patrick sussurra próximo ao meu ouvido.

Eu sei.

Meu corpo se encolhe por inteiro devido ao arrepio forte que se espalha por todo o meu corpo. Não sei se é frio, se são suas palavras, o que for, preciso ignorar.

Sinto que minha voz falhará assim que eu tentar falar qualquer coisa, então prefiro ficar em silêncio e beijá-lo.

O corpo de Patrick está bem próximo ao meu, sua pele macia está entrelaçada à minha e seu calor me mantém aquecida por inteira.

Solto um suspiro quando sinto Patrick apertando levemente minha cintura e deixando nossos quadris praticamente unidos.

Os braços de Patrick se movimentam em volta do meu corpo e ele me aperta firmemente contra si ao aprofundar ainda mais nosso beijo.

Passo minha perna esquerda por cima da dele e com a minha mão direita seguro levemente seu pescoço, puxando-o para mim.

— Kiara... — Patrick sussurra entre o beijo.

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