Aparentemente, Ian havia sido negado e isso é inédito. Não demora muito para que ele mude a temática da conversa da mesa e distraia Stephany e uma prima de Brooke.
Aonde está Patrick? Ele saiu da nossa mesa há pelo menos uns 40 minutos, quase uma hora.
Que perturbação.
Parece que estou desesperada por ele. Mas, o que custava ele demorar menos?
Me levanto da mesa, preciso ir ao banheiro, preciso andar nem que seja por uns minutos, e preciso encontrar Brooke. Por onde anda a minha melhor amiga?
— Vamos dançar, Kiara? — Ian pergunta, chamando minha atenção e me fazendo parar de andar próximo à ele.
— Eu não danço — respondo.
— Já vi você dançar várias vezes — ele diz, insistindo. Esse é o Ian, insistente e seguro de si.
— Bom, eu não danço com você — falo com sinceridade.
Sinto os pelos do meu corpo se endurecer, e um arrepio percorrer todo o meu corpo.
Antes que Ian possa me responder, sinto um par de mãos firmes em volta da minha cintura, quentes e ávidas.
Patrick.
Não preciso olhar para trás ou ouvir sua voz, eu sei que é ele.
— Tudo bem por aqui? — ele pergunta, seriamente. Sua voz sai bem firme próxima ao meu ouvido.
Prendo minha respiração, sentindo a firmeza do seu corpo em minhas costas.
Só quero ir para um lugar reservado com Patrick. Foda-se o Ian em nossa frente, foda-se qualquer outra coisa que nos impeça.
— Claro, cara. Por que não estaria? — Ian responde, analisando a minha proximidade com Patrick. Provavelmente, para Ian, Melanie e os outros, Patrick e eu não tínhamos nenhum tipo de contato tão próximo que não envolvesse a Brooke, possivelmente também não desconfiavam nada a respeito de Patrick e eu estarmos ficando.
Pelo visto, essa noite nós estaremos arrebentando às portas do nosso "relacionamento" íntimo. A este ponto, deve ser impossível para nós disfarçar qualquer coisa.
— Não perguntei para você, Ian, perguntei para Kiara — Patrick diz.
Não consigo ver os olhos e as expressões de Patrick, mas definitivamente agora ele deve estar quase aniquilando Ian com o olhar e cortando-o com o seu tom de voz.
— Claro, Patrick. Por que não estaria? — pergunto, usando a mesma frase de Ian, encarando-o seriamente. Ele não vai estragar a minha noite, e além do mais, ele sabe que não pode comigo.
Sinto Patrick suspirar e o vento feito por sua respiração brincar com a minha nuca exposta.
Ian ergue as mãos em sinal de rendição, ainda nos encarando atentamente.
— Vamos dançar, Patrick? — pergunto, virando um pouco meu corpo e rosto para encarar Patrick, antes de lhe dar um selinho rápido.
Passo um dos meus braços em seu pescoço, quase fazendo parecer que estamos abraçados.
Patrick parece surpreso com a minha atitude, porque até este momento, nós não conversamos sobre como iríamos agir na frente dos outros, mas é tão natural estarmos com as mãos um no outro que não teria como evitar não demonstrar nada.
As mãos de Patrick relaxam em minha cintura e ele sorri para mim, ignorando a presença de Ian de frente para nós.
— Achei que não fosse perguntar, amor — ele diz antes de me dar um beijo demorado na bochecha.
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A Força Do Querer
RomantiekTudo estava sobre controle na vida de Kiara, ela tinha o apoio para fazer o que desejasse, sentia que a família era seu tudo, confiava nos pais. Era feliz, era ela. Sem vícios, sem amargura, sem medos e desconfiança. Patrick nem sempre pôde confiar...