capítulo 81| Perla Patterson

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|Perla Patterson|

Eu sabia que queria estar naquela festa. Sabia que queria ter passado o Réveillon com as minhas amigas também. Mas minha mente parece me aprisionar em minha casa, com a minha própria família.

Mas estou aqui.

Estou na festa com minhas amigas E estive na festa de Réveillon da minha família mais cedo, porém, mesmo assim, não me sinto nem um pouco satisfeita, é como se faltasse algo.

Suspiro, pegando um pouco de ponche e sinto um gosto terrível de álcool.

— Porcaria — reclamo, sendo obrigada a engolir o líquido em minha boca antes de deixar de lado o copo com a bebida praticamente toda no objeto.

Não era bem isso que eu imaginava.

— Aonde você está indo, Perla? — Mary pergunta, assim que vê que eu me afasto do aparato de bebidas e drinques. — tenho que te apresentar a Jennifer, e ela trouxe o namorado dela. Vêm, vai ser rapidinho.

Jennifer Phillips é prima de Lindsay, e uma das amigas mais próximas de Mary. Não conheço ela, pois ela estava morando em outro estado antes de voltar para a Califórnia, e aparentemente está aqui há alguns meses e nesse ano estará estudando conosco. Então, preciso conhecê-la.

— Só preciso ir ao toalete  — me justifico.

Mary assente com a cabeça antes de me responder:

— Você tem 5 minutos, estaremos na nossa mesa — ela diz antes de se afastar de mim.

Como já conheço a casa dos pais de Mary, não tenho dificuldade em encontrar o toalete do segundo andar.

Os pais de Mary e alguns familiares e amigos deles estão aqui, mas há um espaço somente para eles, o que divide os grupos de "jovens e adultos", para que assim fiquem todos à vontade. É totalmente diferente das comemorações com a minha família, somos tão calorosos que acho esquisito quando outras pessoas são diferentes de nós.

Dentro do toalete, ouço um pouco da música eletrônica que toca em todo o lugar da festa. Me sinto distante e dispersa, como se eu não pertencesse a isto.

Mas eu queria estar aqui.

Estou aqui.

E prometi ao meu irmão mais velho que tentaria me divertir. E tentei. É isso que tenho tentado fazer desde que cheguei há quase duas horas. Dancei. Conversei com minhas amigas. Tiramos fotos. Cantei uma música em um karaokê. E dancei de novo.

Pego meu celular da bolsa e desbloqueio ele. Abro minhas mensagens com Patsy e lhe mando mensagem avisando que ele pode vir me buscar, o tempo que ele irá demorar para chegar, estarei com minhas amigas. Será o tempo perfeito e ninguém ficará chateado comigo.

— Que desastre — suspiro, apoiando meus braços nos joelhos assim que me sento no vaso sanitário. — ainda não consigo.

Assim que termino de realizar minhas necessidades biológicas, me limpo e me visto novamente, antes de dar a descarga e lavar minhas mãos.

A água aquecida escorre em minha mão enquanto faço espuma com o sabonete líquido de limão que utilizo para lavar minhas mãos.

— Posso tentar ficar mais um pouco — digo para mim mesma quando esfrego minha mão uma na outra. — não é tão difícil. Não tem que ser.

Mordo o lábio, percebendo os sinais de cansaço em meu corpo. Meu olhos estão um pouco pesados e me sinto mais letárgica que o normal, o dia está quase amanhecendo, mas eu com facilidade aguentaria mais algumas horas de festa, sem dormir.

A Força Do QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora