Depois de algumas horas, Brooke e eu jantamos no refeitório e voltamos para o dormitório que dividimos. Ainda estamos intrigadas com a cesta de chocolates que ela havia recebido no início da noite.
— Eu ainda não confiaria em alguém que manda uma cesta de chocolates sem se identificar! Quem me garante mesmo que não é veneno? — pergunto saindo do banheiro após escovar meus dentes.
— Não vamos cismar com isso! Não tem veneno. Vai ver ele é tímido.
Coloco os braços na cintura.
— Quem seria tímido gastando uma quantia considerável em chocolate? — cruzo os braços ao ficar de frente para ela.
— Alguém romântico.
Revirei os olhos.
— Não seja anti-romantica!
Explodi em risadas antes de ser acertada por um travesseiro em cheio em meu rosto.
— Brooke! — pego o travesseiro que caiu no chão e bato com ele na cintura dela.
Brooke ri sem se importar comigo.
— Af, você nem se importa — jogo o travesseiro de volta na cama dela.
— Adoro guerra de travesseiro — ela mostra a língua. — deita aqui.
Brooke se ajeita na cama e eu deito com a cabeça em seu colo e deixo minhas duas pernas apoiadas uma na outra.
— Kiara, você já se apaixonou por alguém e viu que aquilo seria um pouco complicado?
— Complicado como?
Não tive uma vida cheia de paixões — provavelmente diferente de Brooke.
— Complicado.
— Existe vários jeitos complicados.
— Por exemplo, quando você se apaixona por alguém como você, do mesmo sexo, e sabe que vai sofrer por homofobia, mais os problemas de aceitação, e não saber lidar com os sentimentos, querer se jogar com tudo naquilo e saber que não vai ser como o planejado.
— Ok, isso foi muito específico — digo ao pensar numa situação específica que aconteceu comigo.
Ela ri e começa a fazer uma massagem em meu cabelo, acariciando-o.
— Já — respondo depois de pensar por alguns segundos. Brooke possue o poder de me fazer desabafar com ela e ser sincera.
— Já o quê? — pergunta franzindo o senho.
— Já passei por um complicado assim.
— Assim como?
— Se apaixonar por um mulher e nada sair como o planejado.
Brooke para o que estava fazendo.
— Então?
— Então que eu sou bissexual? É essa a pergunta?
Ela assente solenemente.
— É isso.
— Pode me contar como aconteceu?
— Hummm... não é uma história de amor.
— Quero ouvir! Preciso ouvir — ela implora.
— Foi depois da morte de minha mãe. Eu não estava numa fase boa, definitivamente a pior, e eu não tinha muitos amigos mas mesmo assim saia todas as noites. Então conheci ela, ficamos muito amigas até que teve um dia que ela simplesmente me beijou.
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A Força Do Querer
RomanceTudo estava sobre controle na vida de Kiara, ela tinha o apoio para fazer o que desejasse, sentia que a família era seu tudo, confiava nos pais. Era feliz, era ela. Sem vícios, sem amargura, sem medos e desconfiança. Patrick nem sempre pôde confiar...