capítulo 51| novas descobertas

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|Kiara Johnson|


Passei o fim de semana estudando. Uma parte de mim queria deixar a faculdade de lado, mas sei que não posso simplesmente largar tudo assim, apesar de querer muito. Em parte, graças a Patrick e Quinn, consegui não estar tão pilhada já que passei uma tarde com eles e foi bom, muito melhor do que eu esperava.

Não posso - e nem consigo - negar o quanto gosto deles e sinto que de alguma forma isso me deixa confusa.

OK. Talvez não tão confusa assim, mas ao mesmo tempo que eles parecem ser a luz no fim do túnel para mim, isso me assusta. Como pode uma coisa dessas?

Por mais que eu tenha feito de tudo para tentar manter a situação com meu pai tranquila e mais favorável para mim, parece que qualquer coisa que eu faça simplesmente é errado e ele se torna cada vez mais irritado e agressivo. Não sei mais o que fazer para melhorar a situação.

Suspiro aliviada ao terminar de arrumar a mochila que trouxe para passar o fim de semana. Apesar de não estar feliz com o meu curso, é uma benção que eu não precise ficar mais em casa por tanto tempo com meu pai.

- Kiara?

- Oi, pai - digo colocando minha mochila nas costas. E se eu sair correndo?

- Com quem você esteve ontem?

Aperto a alça da mochila antes de lhe responder. Por que ele esperou esse tempo inteiro para me perguntar isso?

Como ele estava no quarto dele quando cheguei, imaginei que ele não tivesse visto nada, ou se tivesse visto, não havia se importado, mas aparentemente, eu estava enganada.

- Um colega da faculdade. Por quê?

- Estou tentando zelar pela minha filha. Algum problema nisso?

- Depende de como você está fazendo isso. Posso ir agora? Ou vou precisar passar o CPF dele? - respiro fundo.

- Foi uma simples pergunta. Não sei por qual motivo esse estresse todo seu. Está escondendo algo? - pergunta. Sinto um pouco de ironia em seu tom de voz, me tratando feito uma pré-adolescente.

- Não... Apenas estou apressada e você está tomando meu tempo.

- Bom, educação é sempre bem-vinda, principalmente quando é direcionada ao seu pai. Apenas lembrando - sorri pegando a chave do carro. - inclusive, vamos?

- Você vai me levar?

- Por quê não?

- Não precisa...

- Você acabou de me dizer que está apressada. Vamos - diz dando tapinhas leves em minhas costas antes de passar por mim e abrir a porta de casa.

Eu mereço.

- Ótimo - meu pai fala satisfeito ao me ver acompanhando ele até o carro.

Ao abrir a porta do carro, tento deixar para trás qualquer irritação que possa vir a ter. Nem sempre fomos assim, ácidos um com o outro, e nem sempre o tempo inteiro estamos discutindo. Acho que preciso baixar a guarda um pouco, mas gostaria que ele fizesse isso também.

Passo o cinto de segurança enquanto meu pai liga o carro e o tira da garagem. Ele realiza seus movimentos típicos ao dirigir, ele faz isso com calma e destreza, prestando atenção em tudo, por mais que faça isso todos os dias.

- Poderia saber o que você tanto pensa? Ou é muito ofensivo eu querer saber? - meu pai pergunta, quebrando o silêncio minutos após seguirmos caminho para a faculdade.

- Pode, mas seria legal se não falasse assim. Sabia que isso atrapalha nossa comunicação? - pergunto, virando meu rosto para poder olhá-lo.

Ele ergue as sobrancelhas, mas não deixa de encarar a pista e seguir o caminho.

A Força Do QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora