A Força Do Querer

capítulo 115| O Rancho

Mesmo com meu pai tentando me entender, ao mesmo tempo ele tenta me manter no curso de direito. Os últimos dias tem sido complicados, mas nada me fará mudar de ideia dessa vez. Minha decisão está tomada.

O clima está um pouco estranho, meu pai detesta a ideia da troca de curso, porque esse era o sonho dele. Ele queria deixar um legado, uma profissão passada de geração a geração, e estou rompendo com isso, porém, em algum momento ele aceitará isso, querendo ou não. Porém, mesmo odiando isso, meu pai tem tentado melhorar a situação em nossa casa, tentando ser mais presente e comunicativo comigo. Talvez funcione.

Meu psicólogo acha que seja uma ótima ideia, é o início de uma nova relação entre meu pai e eu. Talvez tudo melhore mesmo.

Passo um cinto preto em meu short jeans claro, e o afivelo, apertando-o na cintura. O short jeans de cós alto cobre meu umbigo, e o cropped branco cobre o restante da pele da minha barriga. Solto meu cabelo ondulado e ajeito meu colar antes de descer às escadas do andar superior para o andar inferior.

— Estou saindo com Patrick e uns amigos — aviso meu pai antes de fechar a porta de casa e sair.

Abro a porta do carro de Patrick e sento no banco do passageiro, passando o cinto de segurança em volta do meu corpo como costumo fazer.

— Olá — o cumprimento com um beijo na bochecha. — pronto?

Depois de muito insistir, Wyatt conseguiu nos convencer a sair com ele para conhecer O Rancho Cavalcanti¹. Ele tem falado desse novo restaurante há semanas, mas não queria ir sem a nossa companhia, e agora que todos os processos envolvendo a mãe e o pai de Patrick estavam concluídos, ele decidiu que era hora de voltar a sair. A vida continua.

O restaurante não fica tão longe da casa dos Pattersons, mas como Patrick foi me buscar em casa, acabamos demorando uns 13 minutos até chegar lá. O Rancho Cavalcanti fica bem próximo a praia, na avenida principal, por fora, o lugar parece enorme, e é dividido em dois andares.

Patrick entrelaça nossas mãos quando saímos do carro. Na fachada do prédio do restaurante há uma placa feita de madeira escrito "O Rancho Cavalcanti", o prédio é pintado de um verde-mar intenso e sofisticado. Na parte externa do bar há várias mesas e cadeiras de madeira.

— Wyatt disse que está nos esperando dentro do bar — Patrick comenta enquanto saímos do estacionamento.

Atravessamos a rua juntos e passamos pelas portas duplas que estão abertas e dão entrada para o restaurante.

— Pensava que fosse algo mais simples — sussurro.

Por dentro, apesar da design que busca evidenciar algo rústico, o lugar é bem organizado, limpo e moderno. Bem bonito.

Nos cantos das paredes do restaurante há sofás/bancos acolchoados e mesas. As paredes possuem os tijolos em tons marrons-avermelhados à mostra. E em algumas partes há bandeiras penduradas, uma da Califórnia, outra do Brasil e as outras não consigo identificar de onde são, acho que nunca vi em minha vida.

Além de uma boa iluminação com lâmpadas modernas, há alguns lâmpadas amarelas em arandelas coloniais em pontos específicos do espaço. O balcão onde tem mais de um barman servindo e montando drinques tem como base diversas rodelas de madeira cortadas, atrás do balcão há várias prateleiras cheias de bebidas.

Entre as mesas que ficam no centro do ambiente há espaço suficiente para que as pessoas dancem e nem acabem se esbarrando umas nas outras. Há uma música animada que toca em outra língua no andar superior e que chega de modo suave no térreo.

— Ele deve estar em outro lugar — comento, sem encontrar Wyatt em lugar algum.

— Tem um espaço no restaurante depois daquelas portas — Patrick diz me guiando entre as mesas principais.