|Kiara Johnson|
Três meses depois
— Estou orgulhoso de você — meu pai repete pela milésima vez, segurando meu ombro enquanto entramos no campus da universidade.
É sábado e as aulas começam na segunda-feira.
Juntos, nós seguimos pelos corredores praticamente vazios do campus. Meu pai olhava para todos os cantos, animado, contando sobre como conheceu minha mãe neste mesmo lugar, anos antes.
— Não é incrível?
Apenas assenti, me sentindo arrastada. Dentro de poucos minutos, nós entramos na sala da diretoria, recebi minhas chaves do quarto que ficaria, junto com o número, também recebi alguns folhetos com o mapa do campus e repassamos algumas regras e confirmamos a minha documentação.
— Estamos muito felizes por tê-la aqui, senhorita Johnson. Seus pais foram grandes nomes desta universidade e estamos de portas abertas para o que você precisar — a diretora reafirma sua fala de quando nós nos conhecemos e eu apenas sorrio, agradecendo.
Meu pai se despediu de mim com um abraço, felizmente, em dias de sábado ele ainda trabalha. A faculdade não é tão longe de casa, mas escolher ficar nos dormitórios foi o melhor que eu pude fazer, talvez me distanciar de casa seja bom, principalmente com a decisão que tomei.
Destranco a porta do meu quarto, minhas duas malas e umas caixas com livros já estavam aqui.
O dormitório não é tão grande, cabe duas camas de solteiro, um guarda-roupa grande, há um TV de tamanho médio e umas prateleiras, mais no canto, há uma porta que dá no banheiro. A janela está aberta e o sol quente do meio-dia invade o quarto com força total.
Como o quarto está, aparentemente, habitado por outra pessoa, fico com a cama de frente para a porta e com as prateleiras vazias.
— Bom, podia ser pior — puxo minha mala e começo a guardar as roupas no espaço vazio do guarda-roupa.
— Eu odeio você!
Me assusto com a gritaria e a porta do dormitório batendo, assim que saio do banheiro.
— Quem é você? — a garota com cabelos ondulados e olhos claros pergunta, surpresa com a minha presença ali.
— Kiara. E você? — pergunto calmamente, as sobrancelhas estão avermelhadas, assim como o nariz, ela andou chorando.
— Brooke Patterson. Mas pode me chamar de Brooke — Ela dá de ombros. — Hã, desculpa ter entrado assim, meu primo estava me enchendo o saco.
— Te fazendo chorar?
Ela riu.
— Isso foi outra coisa, no dia que o Patrick me fizer chorar, o mundo acaba. Agora, não me olhe com pena, senão vou passar a te odiar antes de te conhecer — ela briga, passando por mim e entrando no banheiro.
Balanço a cabeça, e volto a atenção para a caixa cheia de livros que faltam ser colocados nas prateleiras do meu lado do quarto.
Começo pelos livros de investigação, e por fim, fantasias e romance.
— Esse é o seu lado do quarto — Brooke aponta para onde eu estou, quando saí do banheiro — e esse é o meu. Espero que mantenha tudo arrumado, odeio bagunça.
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A Força Do Querer
RomanceTudo estava sobre controle na vida de Kiara, ela tinha o apoio para fazer o que desejasse, sentia que a família era seu tudo, confiava nos pais. Era feliz, era ela. Sem vícios, sem amargura, sem medos e desconfiança. Patrick nem sempre pôde confiar...