capítulo 06| a vida é melhor no Bungalow

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Coloco uma perna em cima da outra antes de voltar a anotar o que a professora de ciência política diz. Ela é animada, ao mesmo tempo que rígida. De todas os professores, ela é a melhor nesse quesito, de deixar a aula menos maçante. Praticamente todos os alunos são ativos nessa matéria — pelo menos até agora.

A professora cita Platão, Aristóteles, Bodin e Maquiavel, indicando algumas livros e repassando algumas passagens para discutirmos.

Brooke me acompanha quando a aula acaba, já que temos essa aula juntas também.

— Então, vai para casa mesmo?

— Sim, meu pai e eu combinamos que ia ser assim.

— Hmmm, que pena, acho que vamos sair hoje, ou amanhã. Vai querer ir?

Paro de andar e encaro-a.

— Sem pressão — ela ri, levantando os dois braços, em forma de redenção.

— Talvez eu apareça.

Os olhos dela brilham.

— Ótimo começo.

Nós estávamos caminhando juntas até o dormitório até que Stephany – a amiga dela – nos parou, como sempre, ela foi bastante desagradável e levou Brooke sabe se lá Deus pra onde.

Acho que não preciso levar nada para casa, já que parte das minhas roupas ainda estão lá. Vou pegar um táxi mais tarde.

— Ok, a gente pode fazer o seguinte: saímos hoje, e dou um jeito de te deixar em casa. Teu pai não vai se importar com isso, né? — Brooke pergunta, ansiosa assim que entra no quarto e vê pronta para ir para casa.

— Brooke...

— Ou você não quer ir?

Mordo o lábio.

Sempre fui acostumada de sair – pelo menos nos últimos anos –, mas agora é diferente, gosto da ideia de sair com alguma amiga, pelo menos gostei de quarta-feira passada, ignorando o fato que fiquei de ressaca e o meu surto por não saber lidar com a situação.

— Acho que quero ir.

Os olhos dela brilham.

— Fala para o seu pai que você vai só mais tarde, e vamos nos arrumar. Acho que vamos encontrar metade da universidade lá. Vai ser divertido.

— Tô começando a mudar de ideia. — uma coisa é me enturmar com a Brooke, outra era com o resto dos universitários.

— Não seja boba, são só... nós. Relaxa, tá comigo, tá com Deus — ela ri e entra no banheiro.

Rio, nervosa.

Mando mensagem para meu pai avisando que sairia com uns amigos e que tentaria chegar cedo em casa.

— Está feito — digo antes de abrir o meu lado do guarda-roupa e procurar por uma roupa.

O que devo usar?

— Como estou? — Brooke da uma voltinha para mostrar a roupa dela, jogando o cabelo para o lado. — Um espetáculo, talvez?

Assento com a cabeça, impressionada.

— Pensei que ia ser só uma coisa básica — analiso o vestido curto e justo, com as mangas longas e o salto alto completa o look dela.

— Mas é — ela dá de ombros. — quero sair assim hoje.

— Será se estou simplória de mais? — sussurro.

— Ainda dá tempo de trocar de roupa, se quiser — ela pega um perfume e começa a passar em si mesma.

A Força Do QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora