A Força Do Querer

capítulo 73| now and then

Patrick está sendo muito paciente comigo, tenho medo de que em algum momento ele simplesmente se canse disso, que se canse de mim.

Por mais que eu tenha dificuldade em falar o que sinto ou o que está acontecendo, Patrick permanece ao meu lado e não deixa transparecer qualquer sentimento ruim, raiva ou impaciência, apenas me dá o tempo que eu preciso para me explicar, e isso é genuinamente gentil da parte dele.

Tento me abrir o suficiente para que ele me compreenda, ou ao menos que não se afaste de mim. Com muita paciência e nenhuma acusação ou julgamento, Patrick fala a mesma coisa que Brooke já me disse várias vezes: preciso de um acompanhamento psicológico.

Não sei se funcionaria comigo pois tenho muita dificuldade em confiar nas pessoas.

— Estou aqui com você, Kiara. Ao menos até quando você ainda quiser que eu esteja por perto, mas por favor, não fuja, é a única coisa que te peço.

— Não queria deixar você triste. Sinto muito — repito com sinceridade. Magoar Patrick Patterson é a última coisa que eu quero.

Ele suspira.

— Eu sei.

Engulo em seco.

Não posso continuar vivendo sem pensar nas consequências das minhas ações, como se não houvesse nada e nem ninguém para magoar ou se preocupar.

Eu realmente preciso do Patrick, ele se tornou uma parte muito importante da minha vida nos últimos meses e eu não sei nem o que fazer para demonstrar isso à ele. Será que ele sabe?

De repente, sinto muito medo de não ter mais ele em minha vida.

— Patrick...

— Sim? — ele vira o rosto para me encarar.

— Você vai ficar? — pergunto, nervosa.

— Aonde? — pergunta, franzindo o cenho, confuso.

— Comigo. Você vai ficar comigo?

Patrick sorri.

Percebo o ar saindo do meu corpo, como se tudo estivesse parando à nossa volta, como se existisse apenas nós dois.

Seu sorriso é o mais lindo e sincero que eu já vi em toda a minha vida. Seu sorriso faz com que meu coração se encha de milhares de sentimentos bons e sinceros.

— Vou. Eu vou ficar com você, Kiara — Patrick diz entrelaçando nossos dedos.

Sorrio, aliviada. Parece que saiu um peso de dentro de mim, como se eu dependesse da sua resposta.

— Meu Deus, Patrick! — digo aliviada, me jogando em seus braços.

Patrick me aperta forte em seus braços e não me solta, mesmo quando parece que estou sufocando ele.

— Eu fiquei com tanto medo — confesso antes de beijar sua bochecha várias vezes. — tanto medo.

— Eu sei — ele diz de forma carinhosa, antes de me afastar dos seus braços. — vamos descer daqui, tô morrendo de medo de cair.

Dou uma gargalhada.

Patrick Patterson está com medo?

— Não ria — ele diz sério.

Mordo o lábio.

— Primeiro os "damos" — falo apontando para a janela.

Ele ri e revira os olhos antes de me dar as costas e ir agachado até a janela do meu quarto.

Assim que Patrick atravessa a janela, faço mesmo que ele. Patrick segura a minha cintura e me ajuda a pular para dentro do quarto.

— É seguro. Não tem como cair desse telhado — lhe asseguro assim que ponho meus pés no chão.