capítulo 119| o primeiro dia

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Setembro

Atravesso o campo da faculdade da mesma maneira que fiz há um ano, respiro fundo tentando não fazer planos demais ou criar expectativas demais para essa nova jornada. Mal consegui dormir a noite de tão nervosa para esse primeiro dia, não quero fazer nada de errado e tenho medo de me decepcionar, mas talvez isso seja eu tentando me sabotar novamente, como costumava fazer.

Ainda é um pouco difícil de acreditar que minhas primeiras aulas do curso de psicologia estão para começar, e que diferente do passado, vou fazer algo que gosto e tenho apoio para isso.

A vida não poderia ser mais perfeita do que isso.

Paro de andar e fecho os olhos por uns segundos, desejando que tudo isso não seja um sonho, não pode ser, tem que ser verdade.

Abro meus olhos novamente e volto a andar na direção do prédio principal da faculdade. Nesta manhã, meu celular estava cheio de mensagens dos meus amigos e namorado, desejando boa sorte e dizendo que eu não deveria desistir dos meus sonhos — e que iríamos nos encontrar no intervalo para contar as novidades.

Estou chegando com a vantagem de quatro amigos, muito diferente do ano passado que cheguei com a desvantagem de zero amigos. Muita coisa mudou mesmo.

Diferente do ano passado também, não ficarei nos dormitórios, irei continuar em minha casa e meu pai veio me trazer (na maioria dos dias provavelmente irei vir com Patrick). Meu pai está tentando fazer parte disso, está tentando me apoiar, gosto disso de certa maneira, estamos tentando conciliar nossas ideias, estarmos próximos um do outro.

Me misturo com os outros alunos quando entro no prédio principal, o lugar está cheio de calouros animados. Há placas de boas-vindas espelhadas na maioria dos corredores, assim como representantes de atléticas tentando chamar a atenção de calouros, o barulho é até algo natural, assim como a empolgação de muitos, me sinto levemente perdida mesmo conhecedo todos os corredores deste lugar.

Meu celular vibra no bolso da minha calça jeans. Continuo andando e alcanço meu celular com a mão e o desbloqueio. Patrick.

Leio sua mensagem:

bom primeiro dia de aula
amo você
estou chegando

Sorrio, começando a digitar para respondê-lo.

— Inferno!

Meu celular oscila em minha mão, quase caindo — assim como eu.

Meu corpo se desequilibra quando tombo com alguém, e eu fecho meus olhos me preparando para dar de cara no chão.

Ótimo, no primeiro dia aula ainda por cima. Por que não estou surpresa com isso?

Por segundos demais, meu corpo permanece intacto e longe do chão duro da faculdade, com minha respiração voltando ao normal, percebo duas mãos segurando com força minha cintura, impedindo minha queda.

Tento afastar meu corpo rapidamente, mas não consigo, ficando ainda sob o alcance da pessoa que me segura.

— Você é um idiota? — pergunto abrindo meus olhos para encarar o idiota que tombou em mim e quase me fez cair no chão.

— A idiota que quase caiu aqui foi você — Patrick responde sorrindo, trazendo meu corpo para mais perto do dele, me mentando de pé e segura.

A Força Do QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora