A Força Do Querer

capítulo 53| primeiro encontro

|Patrick Patterson|

Pego uma camisa azul e a visto. Estou tentando não me arrumar demais e nem de menos. De fato, esse será meu primeiro encontro de verdade com Kiara e não faço ideia de como será, se ela irá gostar mesmo.

Tenho receio em afastá-la, mas a forma como as coisas estão indo, acredito que não há como negar que existem sentimentos entre nós e não sei como ela irá reagir com relação à isso.

Ouço batidas na porta do quarto e grito para que a pessoa entre.

— Você está bonito. Algo especial? — Perla comenta se apoiando no batente da porta com os braços cruzados.

Ela está com o semblante sereno.

Afirmo com a cabeça, encarando-a pelo reflexo do espelho.

— Acha que tá bom mesmo?

— Tá ótimo — ela sorri.

— Senta aí, Perlita — digo quando saio de frente ao espelho.

Pego meu anel e coloco-o no dedo.

— Você vai para um encontro? — Perla pergunta ao sentar em minha cama e puxar um travesseiro para abraçar.

— Vou.

— Isso é uma novidade — ela comenta.

Concordo com ela.

Nunca fui de ter muitos encontros de verdade, posso até contar nos dedos da minha mão direita quantas vezes tive um. Para mim, desde que toda a nossa vida virou de cabeça para baixo, minhas irmãs viraram prioridade, então sempre evitei qualquer tipo de encontro para que isso não viesse refletir e afetar elas.

— Com a Kiara?

— Sim. O que você pensa sobre isso?

Perla faz bico enquanto pensa e eu me sento de frente para ela.

Querendo ou não, me preocupo muito com o que as minhas irmãs pensam e acham, principalmente Perla. Sempre tivemos uma relação muito próxima, de muito carinho e às vezes, ela tem bons conselhos, mesmo sendo mais nova do que eu.

— Não sou a maior fã dela, você sabe... Mas, se é isso que você quer, não vejo porque não tentar, sabe?

Arqueio as sobrancelhas.

— De certa forma, ela já está incluída nas nossas vidas e como eu disse antes, não vou implicar mais com ela só porque eu sinto ciúmes de você e da Bru — ela revira os olhos ao admitir isso. — espero que você se divirta, e que não se machuque, Patsy.

— Deve ser horrível admitir hein — brinco bagunçando o seu cabelo.

— Horrível é você ainda bagunçar meu cabelo assim — diz tentando controlar minhas mãos.

Sorrio e deixo com que ela arrume o próprio cabelo.

— Você é idiota — ela joga o travesseiro em mim ao se levantar.

O travesseiro atinge meu rosto, mas sem muita força.

— Já me acostumei com isso.

— Boa sorte com o encontro — Perla deseja com sinceridade antes de sair do meu quarto.

— Obrigado, Perlita.

[...]

No horário combinado dirijo até a casa de Kiara. Faço o trajeto tranquilamente, tentando não manter a mente ansiosa. Às vezes é difícil controlar esses sentimentos agitados, mas com a terapia tem sido possível encontrar um ponto de equilíbrio.