A semana foi extremamente tensa e me senti muito pressionada. As ligas acadêmicas estavam passando em todas as salas, todos os dias e haviam cartazes espalhados por todo lado falando a respeito dos projetos de extensão, festas e outros programas relacionados ao curso. Eu sei que deveria me inscrever — da mesma forma que Brooke e outros alunos se inscreveram —, mas não tenho nenhum interesse.
Preciso mudar isso.
Durante a semana, Brooke e eu estávamos decidindo com qual psicólogo eu marcaria, e foi muito difícil ter que escolher um profissional para fazer o primeiro contato. Haviam várias abordagens e especialidades diferentes, com diversos profissionais.
Patrick e eu combinamos que eu teria a semana inteira para me organizar e pensar no que fazer, que respeitaria meu espaço e me ajudaria com qualquer coisa que eu quisesse, que ele estaria a disposição — e ele sempre estava.
A minha primeira sessão com o psicólogo foi super simples, apenas para ele me conhecer e entender as minhas queixas. No começo, fiquei extremamente tímida e retraída, é sempre muito estranho ter que falar sobre mim, sobre o que me incomoda, mas segui firme tentando ser o mais clara possível — não queria desistir tão facilmente, estou tentando buscar o melhor para mim, a minha própria força para continuar, para me sentir bem.
Devido a minha insegurança, eu e o psicólogo não fechamos um contrato ainda, ele deu a possibilidade de mais um sessão para mim, sem qualquer compromisso, e então, eu poderia decidir se continuarei com ele ou não, e como serão as sessões.
Sinto que estou dando um grande passo na minha vida e não tenho como voltar atrás, e que onde estou, é muito longe para simplesmente desistir agora. Não quero desistir de nada. Não quero desistir de uma vida que ainda não sei qual é, mas que eu desejo.
Fico feliz por mim mesma.
Fecho o livro e ergo minha cabeça assim que meu pai entra em casa. Assim que sai da minha primeira sessão, vim direto para casa, Patrick estava ocupado com as irmãs e eu achei melhor passar um tempo em casa — agora que volto a praticamente a morar no dormitório que divido com Brooke.
— Olá, fadinha — ele diz colocando sua pasta em uma cadeira livre. — chegou faz muito tempo?
Nego com a cabeça.
— Vamos sair para jantar fora hoje? Liberei Jane hoje, aconteceu algo com uma tia dela — ele explica, sentando ao meu lado.
— Ah, que pena. Jantar? Aonde?
— The Lobster — ele diz. — que tal?
Minha boca forma um "O".
Adoro esse restaurante.
— Achei chique. Estarei pronta em 15 minutos — respondo, levantando.
Ele ri.
— Então é bom eu me apressar também — ele responde, colocando as mãos na cintura.
— Sim, senão eu deixo você em casa e vou eu e seu cartão — brinco, subindo às escadas.
Esse é o nosso restaurante favorito de todos os tempos.
Entro debaixo do chuveiro de uma vez, já pensando no que irei vestir. Costumamos ir a esse restaurante em datas importantes, e uma vez ou outra, meu pai me surpreende me levando até ela. Não faço ideia do porquê estarmos indo lá, mas não vou reclamar. Vamos ao The Lobster e não tenho do que reclamar!
Saio do banho empolgada e me seco, coloco uma lingerie e pego a roupa que pensei. Uma blusa preta colada ao corpo, tomara que caia e uma saia branca longa. Visto a roupa e procuro por acessórios: cinto de couro marrom com detalhe em dourado na fivela, um colar dourado que fica bem rente ao pescoço e a pulseira de trevo esverdeado que Patrick me deu de presente de natal.
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A Força Do Querer
RomanceTudo estava sobre controle na vida de Kiara, ela tinha o apoio para fazer o que desejasse, sentia que a família era seu tudo, confiava nos pais. Era feliz, era ela. Sem vícios, sem amargura, sem medos e desconfiança. Patrick nem sempre pôde confiar...