capítulo 14| blushing

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Segunda-feira|
05 de Outubro

Me aconchego mais um pouco entre as minhas cobertas e tento ignorar o barulho insuportável do alarme tocando.

— Desliga isso pelo amor de Cristo, Kiara! — Brooke reclama.

Bufo e jogo as cobertas para longe e me levanto para desativar o alarme.

— Satisfeita, dona do mundo?

— Muito. Obrigada.

Aperto um pouco os olhos para poder enxergar melhor e estico as minhas pernas.

— Bom dia! — Brooke sorri. Ela já está praticamente pronta para começar o dia. Está usando uma saia preta e uma blusa gola alta branca. — não vai se arrumar?

— Como você consegue acordar tão cedo? — pergunto entre o meu bocejo.

— Minha família é assim. Acho que está no sangue — Brooke da de ombros, sentando na cama para poder calçar o tênis.

— Hummm... estranhos. Não consigo acordar cedo como se um caminhão não tivesse passado por cima de mim.

Brooke ri da minha expressão, ainda concentrada em terminar de se arrumar.

— Vá tomar banho, preguiçosa.

— Pode deixar, comandante! — brinco antes de erguer meu corpo e pegar minha toalha. Me sinto um zumbi.

[...]

Quando estou pronta, pego minha mochila e me junto à Brooke que me esperava para podermos tomar café da manhã juntas.

— Acho que não estou tão preocupada com essas primeiras notas. Pensei que ia estar surtando, mas até que estou tranquila — Brooke comenta enquanto esperamos na fila de pagamento do nosso café da manhã.

Brooke e eu tivemos nossas primeiras provas na semana passada, felizmente, na sexta-feira ficamos livres delas.

Confesso que pensei que realmente seria pior, pelo menos porque não estava conseguindo estudar tanto, meu pai e eu discutimos muito no fim de semana até que finalmente fícassemos em paz.

— Ouvi dizer que depois é que piora.

Brooke faz uma careta.

— A gente que lute então. Só sei que até que estou aproveitando isso aqui, eu gosto, na verdade — ela retira seu dinheiro e paga a caixa, dando a vez para mim.

Queria estar gostando do curso tanto quanto ela. Adoro a estrutura da universidade, mas o curso não chega nem perto do que eu queria para mim. Não há tanta motivação para continuar, mas detesto começar as coisas e não terminar.

— Como se fosse um sonho.

— Para mim, é um sonho.

— A gente luta para entrar numa faculdade, depois a luta é para sair — pago meu café da manhã e eu e Brooke procuramos por uma mesa livre no refeitório.

— Sair vivo, espero — Brooke brinca, apoiando sua bandeja na mesa e se sentando em seguida.

Sorrio com tranquilidade antes de tomar meu café puro e passar pasta de amendoim no pão.

Desde que Brooke e eu começamos a de fato sermos amigas — acho que já posso mesmo usar essa palavra —, tenho sorrido com facilidade e por mais que as vezes eu tenha minhas instabilidades, ela é totalmente compreensível.

— Aproveitando que mais cedo a gente tava falando de família, já resolveu aquele assunto? Minha mãe vai ficar tão feliz ao ver minha amiga de curso e dormitório passando o feriado com a gente! — diz com empolgação.

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