103 - Memórias

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Notas iniciais:

Eles vão acompanhar a vida inteira do Xue Yang nas memórias, porém no tempo real deles passará apenas algumas horas.

• Letras modificadas é referente ao passado, e letras normais são diálogos do Xichen e do Cheng.

• Fica um pouco confuso porque narro a história do Xue e os sentimentos do Cheng em relação ao que está vendo, alguns capítulos seguintes eu deixo apenas os capitulos relacionados a história do Xue Yang e quanto os sentimentos do Cheng, vocês podem deduzir como quiser.

• Contagem de palavras: 1825.

• Sem alterações.

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Lan Xichen e Jiang Cheng foram levados até a primeira memória que o Xue possuía.

Xue Yang tinha dois anos e meio¹⁸, e já vagava pelas ruas de YueYang, ele não se lembrava de ter tido pais, ou uma família, era apenas um pequeno tolo que ninguém queria por perto. Conseguia resquícios de comida pelo chão, e água da chuva para beber.

Quando o mesmo já estava para morrer de fome, foi acolhido por algumas pessoas para "fazer parte" do clã Chang, e não importava o que fizesse o Xue sempre apanhava e era obrigado a sorrir depois, o menino não tinha direito de chorar, ou então apanharia mais.

E assim ele foi vivendo, sem afeto, sem amor, sem cuidados, apenas sendo espancado e usado por todos do Clã Chang para fazer favores.

Aos dez anos, Xue Yang teve seu dedo mindinho arrancado pelo líder do Clã Chang como forma de punição por ter tentado escapar, ele nunca se esqueceu de todo aquele sangue e falta de cuidados, da dor, do seu choro, da sensação de incapacidade.

Quando Jiang Cheng viu essa parte das lembranças, se sentiu ainda mais irritado, e teve de ser segurado por Lan Xichen, já que queria interferir nas memórias, mesmo sabendo que é impossível.

— Não quero mais ver isso Xichen — Jiang Cheng disse enquanto suspirava pesadamente se encolhendo levemente.

O quão doloroso foi para Jiang Cheng ver tudo aquilo? Aquela pessoa sendo maltratada era seu irmão, uma parte de si, uma pessoa importante, um pedaço da sua história, e doía não poder tê-lo protegido daquelas pessoas horríveis.

Por outro lado, o Jiang não conseguia parar de pensar que o mesmo poderia ter acontecido a Wei Wuxian se continuasse nas ruas, isso lhe deu um calafrio, a maldade humana era sem limites.

— Hum... Eu não sei o quanto deve estar sendo difícil, mas temos que saber como eles ficaram desta maneira para que possamos salvá-los. Você entende, A-Cheng?

— Eu quero matar cada pessoa que aparece, arrancar suas cabeças e deixar o sangue pingar até secar completamente, eles são repugnantes e só sinto vontade de tortura-los por centenas de anos — o Jiang respondeu, e sua marca na testa começou a brilhar rapidamente.

— Wanyin, por favor...

Jiang Cheng ficou silencioso, e segurou forte a mão de Lan Xichen, de qualquer forma ele precisaria ver tudo aquilo para que pudesse salvá-lo, era dolorosamente necessário. Mas o seu coração ainda batia desordenado e um intenso ódio o dominava cada vez mais. Era estranho ver Xue Yang sofrer tanto e eles não serem capazes de fazer nada, porque tudo aquilo já passou, era apenas uma projeção das memórias do Xue.

Agora eles entendiam os motivos de Xue Yang ter parecido tão desesperado quando Xiao Xingchen tinha o machucado, tudo aquilo era medo, os sorrisos falsos eram para conter sua dor.

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