𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.

23

Ágata.

Ele saiu dali muito puto, mas em nenhum momento eu menti em algo.

Não entendi o motivo de estresse.

Se nenhum dos dois queria relacionamento, porque ele tava assim? E porque ele tocou nesse assunto?

Eric me olhou confuso, e eu neguei, pra não dá continuidade na conversa.

Fiquei um tempo ali, e nada dele aparecer.

Começou a tocar uns pagode, e eu levantei com Eric. Começamos a dançar e cantar.

Todo hora chegava bebida, e eu só na cervejinha. Que lugar da hora.

Olhei no meu relógio e já tinha passado uns 40 minutos e nada do Vargas aparecer.

Pronto.

Eu: até agora ele não voltou. - passei a mão no cabelo, ajeitando o mesmo.

Eric: deve tá vindo. - eu concordei e avistei o amigo dele. Freitas.

Me aproximei dele, e via ele conversando com um homem.

Eu: oi, Freitas. - chamei atenção do mesmo. O cara que ele conversava me olhou curioso. - desculpa atrapalhar. - sorri sem graça.

Xxx: não atrapalha, gata. - Freitas fechou a cara e negou.

Freitas: nem mexe, parceiro. Tá com o chefe. - o cara levantou a mão e riu. - Que foi, Ágata? - me olhou.

Eu: Vargas saiu e até agora não apareceu. - resmunguei. - você sabe onde ele tá?

Freitas: deve tá fumando. - falou olhando pros lados. Concordei.

Eu: e demora esse tanto? - ergui a sobrancelha.

Se esse povo acha que sou otária, tá muito enganado.

Freitas: vou atrás dele pô, espera lá com teu amigo. - concordei.

Respirei fundo e voltei pra minha mesa.

Depois de uns minutos, apareceu uma loira. A garota não tirava os olhos de cima de mim por nada. Já tava me estressando.

Cruzei os braços e encarei ela de volta, erguendo a sobrancelha.

Se quer guerra, terá. Se quer paz, quero em dobro.

Eric: que foi, Boss? - se aproximou. Apontei com a cabeça e ele olhou a loira, e fez cara de nojo. - prevejo confusão.

Neguei, e olhei pra entrada, onde vinha Freitas e Vargas.

O pilantra tava com os olhos vermelhos, mas cheio de postura. Com a cara fechada, e as mãos no bolso da calça.

Vargas: achei que tu ia atrás, e tu manda esse Zé. - bufei.

Eu: eu nem conheço aqui direito. - falei óbvia.

Freitas: que cara é essa? - me encarou.

Eric: uma puta loira encarando ela. - se intrometeu.

Vargas: quem? - falou sério, me encarando.

Eric: aquela ali. - apontou pra garota que colocou a mão na cintura.

Vargas olhou pra direção, e negou. Me olhou de volta.

Vargas: falou alguma coisa contigo? - neguei.

Eu: queria que viesse. - falei ríspida.

Freitas: aquilo ali faz nada não, só late. - riu.

Fiz careta.

[..]

Eu: você tava com outra? - resmunguei. Num sabia nem porquê tava fazendo aquela pergunta.

Vargas: que outra o que, Ágata. - falou pela milésima vez. - se eu fui te buscar na pista pra ficar comigo, eu vou ficar com outra pra que? - falou óbvio.

Encarei ele, sentindo minhas pernas falharem. Ê dona cachaça.

Sim, eu estava bêbada.

Mas nada tirava da minha cabeça, que ele estava sim com outra. Por isso a demora toda.

Eric estava no quarto de visita, e eu estava relutante com o meu pensamento.

Eu: tenho pra mim que você tava com aquela loira. - falei embolado. Ele me encarou por uns minutos e negou, respirando fundo.

Vargas: tu quer ouvir que eu tava? - encarei ele, sentindo um raivinha aparecer. - se tu for parar de ficar tumultuando, eu confirmo a parada, pô.

Eu: Eu sabia. - falei com raiva. - eu nem deveria ter vindo aqui. - senti minha garganta travar. - aí que ódio.

Me levantei, indo em direção ao banheiro.

O ódio que eu tava era tão grande, parecia que nós dois tínhamos algo sério.