𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.

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Ágata.

Encarei Vargas, ficando calada.

Tava numa implicância sem fim com esse bofe, mas era meu jeito de demonstrar afeto.

Eu não era muito de melação, nao podia dar tanto na cara que já tava arriada no macho.

Eu: tá, vou te dar uma folguinha dos meus enjôos. - ri fraco.

Vargas: da outra coisa, pô. - me puxou pela cintura, cheirando meu pescoço.

Eu: não, hoje não. - falei rápida e ele estreitou o olhar pra mim.

Dei de ombros. Nem ia prolongar a conversa.

Vargas: bora esse final de semana pra Angra, minha deusa? - me olhou, enquanto eu arrumava meu cabelo.

Eu: não tem compromisso aqui? - perguntei desconfiada.

Vargas: não pô, ja resolvi uns b.o - concordei. - topa?

Eu: tá bom. - sorri.

Ele assentiu e foi olhar o celular.

Iríamos jantar fora hoje. O que ele aprontou? Eu é que não quero saber.

Se é pra comer, eu vou mesmo. Depois eu procuro saber de algo.

Vargas: tu ficou sabendo que aquela tua amiga tá aqui? - encarei ele, fazendo careta. - a que ficava com o mano lá.

Eu: a Ingrid? - franzi o cenho. - não fiquei sabendo. O que ela tá fazendo aqui?

Vargas: parece que o pai mandou ela piá de casa. - falou sem dar importância. - tá ficando lá na casa do Freitas. - suspirei e neguei.

Por isso que Eric tava no meu pé pra eu ir conversar com ela.

Ele sabia o tempo todo que ela tava aqui. Viada safada.

Terminei de me arrumar, passei uma make e descemos.

Vi aquela bicha safada e ja fui logo falando.

Eu: nao dorme, que quando eu chegar, quero falar com você. - a bicha me olhou assustada.

Eric: fiz nada. - já se defendeu e eu bufei.

Eu: safada. - resmunguei.

Vargas já tava estressado, só porque demorei um pouquinho.

Fiz logo foi vista grossa pra não discutir e querer ficar em casa.

Vargas.

Tava mó nervoso, pô. Nunca fiz esses bagulho, e era hoje que eu ia fisgar a sereia pra ficar na minha vida.

Tava soando frio, tá maluco mermo.

Chegamos no restaurante, coisa fina mermo. Ágata me olhou desconfiada, mas nem falou nada.

É até melhor, porque se não eu ia cair duro pô.

Fomos até a mesa reservada e eu puxei a cadeira pra ela se sentar.

A mesma sorriu e sentou, voltei pro meu assento e fiz o mesmo.

Ela fez o pedido dela e eu o meu, e ficamos lá jogando conversa fora.

Aquela mulher era a minha perdição.

Era tudo de bom numa pessoa só. Eu que não era bobo de perder ele. Tá é doido.

Até uns meses atrás eu nem queria saber de aliança, mas agora, se possível a maior que tiver.

Tô laçado mermo, e nem tô de caô.

Mato e morro por essa mina.

Ágata: tô falando com você, Vargas. - fez careta e eu cocei meu cavanhaque, olhando pra ela.

Eu: tava aéreo, pô. - ela riu fraco. - repete aí.

Ágata: tô falando que você nunca me falou teu nome. - deu de ombros, e eu ergui a sobrancelha. - se não quiser falar, tudo bem. - deu de ombros e eu concordei.

Eu: na melhor eu conto mermo. - ela me olhou em dúvida. - ideia de homem pô, aqui é foda.

Ágata: tá bom - sorriu, logo ficou pensativa. - me fala, cadê sua mãe?

Eu: virou FBI, mulher? - ri e ela fez carão. - minha mãe morreu, linda. Tem um tempinho já.

Ágata: não tem nenhum familiar? - ergueu a sobrancelha. Passei a mão no cavanhaque, ficando calado. - não precisa falar.

Encarei ela e suspirei.

Nem gostava de falar esses bagulho aí, pô. Tinha tempo que eu não falava de família, e era melhor assim mermo.

Eu: tenho minha vó e uma prima. - dei de ombros e ela me olhou, concordando. - agora não é hora de falar de mim pô. - ela sorriu, fechando um pouquinho os olhos.

Ágata: agora é hora de falar de nós? - ergui uma sobrancelha, olhando aquela peste. - tu acha que consegue esconder algo de mim? - riu pelo nariz.

Eu: ah pô, qual foi... - ela riu e eu neguei. - tu nem sabe qual o caô.

Ágata: mas tu tá estranho - disse sem importância. - nervoso com alguma coisa.

Eu: não vou falar agora. - fechei a cara e ela riu, colocando a mão em cima da minha.

Ágata: você fica um gostoso com essa cara de bravo. - me olhou, e me deu um selinho.

Eu: coisa de viado pô, beija direito. - falei sério e ela negou. - merda. - resmunguei.