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Ágata.

Quando calei a boca, a porta se abriu mostrando Freitas e Vargas adentrando.

Observei os dois e logo o olhar de Freitas caiu na Ingrid, que disfarçou e limpou o rosto.

Vargas: tô igual doido atrás de você. - falou rouco, me olhando.

Eu: tava precisando respirar. - encarei ele, que concordou. - vamos?

Freitas: acabamo de chegar pô. - olhei aquele nego safado, e franzi o cenho.

Eu: interessante, e Vargas pediu pra eu vim aqui. - fiz careta.

Freitas: pô amor, vai me trocar mesmo? - falou fingindo chateação.

Vargas: tomar no cu, tu num quer né, vacilão. - fechou a cara e eu ri fraco.

Eu: perdeu, querido. - mandei beijo pro Freitas, que revirou os olhos. - amiga, eu vou, mas qualquer coisa pode me ligar. - sussurrei pra Ingrid, que sorriu e concordou. - Te amo, se cuida.

Didi: obrigada amiga, eu te amo. - me abraçou.

Nos soltamos e eu fui até Vargas, encarei ele, respirei fundo e sai dali.

Logo vejo o mesmo me seguindo.

Vargas: vai ficar me evitando? - falou.

Eu: não tô te evitando. - respondi sem olhar pra ele.

Vargas: e tá fazendo o que então? - segurou meu braço, fazendo eu olhar pra ele.

Eu: eu só não tô me sentindo bem. - sussurrei. - vê aquilo não me fez bem. Não precisava ter feito aquilo. - falei rápido, sentindo um aperto no peito. Vargas me olhava sério.

Vargas: precisava pô, tu tá ligada. Ela agiu na pilantragem, se ela não contasse nada, ia ser pior... Poderiam ter pegado tu, feito algum bagulho. X9 tem vez não. - falou sério.

Minha garganta travou. Só senti a lágrima quente rolando pelo meu rosto.

Vargas ficou estático, me olhando.

Eu tava me sentindo culpada pela morte de Rafaella.

Senti o mesmo me puxando e me aninhando em um abraço.

Vargas: se acalma pô. - alisou minha costa. - tu teve culpa de nada não. Ela tava errada. E eu nunca vou deixar alguém fazer algo contigo.

Eu: vamos pra casa. - sussurrei e ele concordou.

Adentramos no carro e ele deu partida.

Fui calada, não tinha nem o que falar.

Minha cabeça doía. Meu corpo doía.

[..]

Tomei um banho e vesti uma cueca e uma blusa do bofe.

Já estava mais calma com tudo o que tinha acontecido.

Vargas subiu com duas caixas de pizza e uma coca cola.

Vargas: vou pegar os copos. - concordei, me sentando na enorme cama.

Minha barriga roncou. Abri as caixas e vi pizza de calabresa e a outra de frango com catupiry.

Eu: minhas lombrigas gritaram. - falei comigo mesma.

Vargas: caraca em, ia comer sem eu chegar. - encarei ele e ri fraco.

Eu: nem mexi, só abri pra ver qual o sabor. - me defendi e ele riu.

Me entregou o copo e colocou o refrigerante no mesmo, fazendo a mesma coisa com o copo dele.

Peguei uma fatia de pizza e comecei a comer.

Vargas: e aí, o que tu acha de me dá outra chance? - me engasguei e encarei ele.

Eu: nem na outra vida. - ri negando.

Vargas: qual foi pô? Vai dizer que foi tão ruim assim namorar com o pai? - me olhou, fingindo chateação.

Eu: ruim não foi, mas eu tô tranquila. - falei desviando o olhar.

Vargas: vou desistir de tu não pô, vai anotando. - neguei, olhando pra ele.

Eu: perde tempo não, Renan. - tomei um gole do refri.

Vargas: vou perder sim pô, tu sabe que eu te amo... Não é bem desse modelo aí não. - olhei pra ele, respirando fundo.

Eu: tá bom. - falei tentando cortar o assunto.

Vargas: eu só quero saber se posso continuar tentando. - encarei ele. - se tu der a palavra final, eu saio da tua aba. Vou ficar correndo atrás mais não.

Eu: para com isso. - falei sentindo meu coração palpitar.

Vargas: agora é papo de homem pô. - me olhou. - te amo a beça, mais não vou ficar dando murro em ponta de faca não. Minha vida é uma loucura pô, tu sabe... E eu tô na idade de ficar nessas loucuras de amor não.

Respirei fundo, sentindo meu coração acelerado. Tinha até perdido a fome.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora