87

11.4K 564 10
                                    

Ágata.

Os dois me olhavam com curiosidade. Fechei a cara e fiquei calada.

Tava acreditando naquilo não.

Ingrid tava fazendo o caminho do apê, mas logo tomei coragem e falei.

Eu: pode ir pro morro. - ela me olhou desconfiada.

Didi: não vai me dizer... - Eric gritou.

Eric: ele que tava na ligação né? - falou eufórico. - eu bem que reconheci aquela voz.

Eu: pois é. - me afundei no banco.

Eles ficaram lá tagarelando, tentando descobrir sobre o que ele queria falar comigo. E eu só observando aquilo tudo.

Chegamos no pé do morro, e os moleque se aproximaram.

Tody: fala tuuuuu, patroinha. - sorriu, fazendo um toque. - tá sumida uai.

Sabiá: deixa de ser besta, rapá. - deu uma cotovelada no menino, e eu ri.

Eu: deixa ele, sabiá. - Tody mandou dedo pro Sabiá. - sabe do Vargas?

Tody: última vez que a gente viu, tava na boca bebendo com Freitas. - Ingrid olhou na hora.

Didi: acredito não. - resmungou.

Agradeci e subimos direto pra boca.

Tava uma quengaiagem do diaxo.

Respirei fundo ouvindo o som alto vindo de dentro.

Eric: que orgia. - riu, fingido surpresa.

Didi: vou matar Freitas. - falou com raiva. - podia ter batido esse carro.

Eu: se controla. - eu ri.

Adentramos na boca e o pessoal olhava e cochichava algo.

Fingi que nem vi, e adentramos na salinha.

Ali tinha alguns homens e mulheres.

Aí credo.

Freitas e Vargas estavam mais afastados, conversando sobre algo. Logo eles riram.

De longe dava pra ver que estão bêbados.

Eu: não acredito nisso. - passei a mão no rosto, respirando fundo.

Eu e Ingrid nos aproximamos.

Didi: que lindo hein. - falou seria, com os braços cruzados.

Vargas: eu sou lindo mermo. - respondeu embolado.

Freitas: eu sou maravilhoso. - disse rindo.

Eu: tá cedo pra falar que a gente se lascou? - eu ri, encarando Ingrid. Que resmungou.

Vargas: nem pá trazer dona encrenca tu presta. - encarou Ingrid sério, logo fazendo sua cabeça tombar.

Didi: meu Deus, gente. - falou rindo. - isso aqui é só um cartaz. - me puxou, colocando a frente dele.

Depois de um tempo, ele abriu os olhos e me olhou assustado.

Vargas: oxe, de onde tu saiu? - falou sério, se recompondo na cadeira.

Eu: bebo bosta em. - falei segurando o riso.

Vargas: vai vendo. - fechou a cara.

Freitas: acho que já pode esvazia a boca. - riu fraco.

Vargas concordou e Freitas levantou cambaleando e expulsando todo mundo.

Encarei aquele homem a minha frente, bêbado, com os olhos miúdos. Tinha nem vergonha na cara.

Meu coração acelerado, minha respiração cortando.

Eu: o que você quer comigo? - perguntei, seria.

Vargas: você mermo. - disse, fechando os olhos e tombando a cabeça pro lado. Neguei, respirando fundo.

As vezes, ele tinha esse sério problema de fazer joguinhos. Mas ele tem que entender, que não é o momento certo.

Ambos machucados. Não sei o que pensar.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora