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Ágata.

Lógico que as coisas não iriam voltar a ser como eram antes.

Muita coisa mudou.

E esse tempo afastada dele, me mostrou que consigo sim viver longe dele.

Mesmo que seja dolorido. Ainda mais agora que eu sei que ele tá vivo de novo.

Uma loucura que só.

Vargas: espero que você me dê mais uma chance... prometo que não vou vacilar. - sussurrou, enquanto eu fingia que tava dormindo. - eu te amo com tudo que sou, tu num tem noção. - alisou meu rosto.

A mulher quando é atriz, até o diabo senta pra aplaudir.

Escutar aquilo, foi como acender mil chamas dentro de mim.

Foi surreal.

Nunca na vida tinha ouvido uma coisa daquela.

___

Acordei com ele me cutucando.

Me espreguicei e abri os olhos devagar.

Vargas: vamo deixar a grana toda aqui. - fiz careta. - podia ter alugado um hotel mermo.

Eu: eu ainda perguntei. - resmunguei e ri fraco. - ainda bem que eu banhei.

Vargas: senti um cheirinho estranho viu. - falou pegando o celular e eu encarei ele. - tô brincando, vida.

Eu: vem viu. - falei emburrada.

Vargas: se liga.. tu ainda vai pro Canadá? - ergui a sobrancelha e encarei ele.

Eu: não vamos estragar o clima bom. - pedi e ele ficou calado.

Vargas: pô Ágata, me dá só uma chance. - passou a mão na cabeça.

Eu: Renan, por favor... Não complica as coisas. - sussurrei, pegando na mão dele.

Ele ficou calado, mas logo ficou sério e negou.

Não dei um Piu, vai que me dava patada.

[..]

Chegamos no morro e desde que saímos do motel, ele não disse nada.

Tava com uma cara de cu inchado.

As vezes eu perguntava algo e ele me respondia seco.

Complicado né?

Ele parou o carro na frente de casa, só esperou eu descer e saiu doido, sem nem despedir. Nem deu um beijinho.

Ué, Ágata?

Pra quê beijinho?

Ah, mais podia ter pelo menos despedido né?

Fiz bico e adentrei em casa. Joguei a bolsa no sofá e fui até a cozinha.

Peguei um copo com água e tomei.

Aí que raiva de mim.

Mas também não ia dá o braço a torcer.

Ele brincou comigo, então porque eu não posso?

Direitos iguais.

Pelo jeito, tá abalando a mente do bandido ordinário.

Vargas.

Eu ficava doido pra caralho, irmão.

Tá maluco mermo.

Ágata me levava pro céu, e em questão de segundos pro inferno.

A noite foi maneira demais pô, se eu pudesse, vivia só desse pique.

Cheguei na boca bolado pra porra.

Doido pra alguém me olhar atravessado e eu estourar a cara dum.

Tody: ih, o querido já chega com essa cara de limão. - reclamou.

Eu: viaja em mim não, que sobra pá tu. - falei sério, passando pelo pessoal.

Tody; tô podendo nem viajar mais. - resmungou e eu neguei.

Adentrei no escritório e Freitas tava lá, fazendo uns cálculos.

Freitas: vou ficar fazendo serviço teu não, viu mané. - fez careta.

Eu: deixa essa porra aí. - falei pegando um baseada dentro da gaveta.

Freitas: a meu ovo mermo. - encarei ele. - tu passa a noite fora e ainda chega estressado? Que porra.

Eu: meu estresse tem nome. - Freitas gargalhou. - tu tava ligado nessa ideia de Canadá?

Freitas: e eu lá sou gringo, meu chapa? Respeita aí. - fechou a cara, e eu neguei.

Bicho burro da porra.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora