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Ágata.

Vargas: vou nem te dá confiança, marginal de merda. - apontou pro Tody, que fingiu tristeza. - cadê as cria?

Eu: deve tá lá em cima se matando. - resmunguei.

Vargas: vou nem lá ver. - negou. - ae purpurina, depois tu vê lá pra nois o que tá pegando?

Eric: tu é chato viu. - reclamou.

Vargas: pô, dá um vale night pra tua amiga. - Eric olhou pro mesmo, desconfiado.

Eric: você não é minha amiga. - falou óbvio.

Vargas: me respeita, rapá. - fez careta. - tô falando da Ágata.

Didi: tu num explica, até eu achei que você tava querendo virar a casaca. - disse rindo. - eu vou lá ver.

Vargas ficou calado, me encarando.

Ergui a sobrancelha, só querendo saber o que esse homem tava aprontando.

Eu: o que você tá querendo? - perguntei, quando vi Eric e Tody saindo dali.

Vargas: você. - disse faceiro e eu neguei. - quero te levar num lugar pô. Hoje é nosso dia, amor... - olhei pro mesmo, curiosa.

Eu: mas o que tá aprontando? - ele riu, me puxando pela cintura.

Vargas: faço essas coisas não, gata. - bufei.

Eu: então vamo logo. - falei apressada.

Ele riu, e tirou um pano do bolso. Odeio essas coisas.

[..]

Estávamos na casa de praia, esqueci de mencionar... O mesmo fez eu tirar minha sandália, e logo senti a areia áspera tocando a sola de meus pés.

Dei uma risadinha e logo perguntei.

Eu: Renan, o que você tá aprontando? - disse me segurando nele. - não é possível que no auge dos 8 anos, você vai querer me matar na praia.

A maresia tava gostosa, o ventinho gelado batendo no meu rosto, a calmaria do lugar, era delicioso.

Vargas: pô Ágata, você fala pra caralho. - reclamou.

Eu: você tampou minhas vistas. - rebati. - se eu tivesse enxergando, não falava tanto. Ta chegando? - perguntei.

Por um momento tudo ficou em silêncio.

Logo senti a presença por trás de mim, e o mesmo me pegando no colo.

Vargas: aguento não pô, tô velho pra falação na minha mente. - disse animado.

Eu: você tá chato. - agarrei no pescoço dele.

O mesmo me carregou até o local na qual eu não sabia onde era.

Depois de um tempinho chegamos.

O mesmo me colocou no chão, esperou eu me adaptar no local e tirou a venda dos meus olhos.

Fiquei boquiaberta. Chocada, passada. Olhei pro mesmo mega animada.

Era uma lancha toda arrumada para um jantar.

Encarei o bofe todo orgulhoso a minha frente e sorri.

Eu: meu Deus, amor. - pulei no mesmo, que agarrou minha cintura com força.

Vargas: tudo por você, querida. - sussurrou, colando nossos lábios.

Eu: isso tá lindo, misericórdia... Como eu não desconfiei? - falei animada, olhando tudo.

O mesmo sorria. O ego nas alturas. Ele sabia como me agradar.

Me acomodei e logo ele apareceu com um vinho na mão. Sorri.

Era hoje que o trem pegava fogo.

A mesa tava toda arrumadinha, parecia coisa de filme.

Ele me serviu uma taça e colocou pra ele, logo em seguida se juntou a mim. Gostoso.

A música baixinha, num clima gostosinho.

Ele me encarava, parecia pensativo.

Eu: o que foi? - puxei assunto.

Vargas: a vida é engraçada né? - olhei pro mesmo confusa. - tô dizendo pô, eu nunca me imaginava assim. - deu de ombros.

Eu: acho que ia viver na quengaiagem né? - brinquei e ele concordou. Fiz careta.

Vargas: papo mermo. - riu fraco. - quando eu tava na tranca, eu vivia falando pô, pros quatro canto que não queria saber se saia na minha vida. - deu um gole na bebida dele. - naquele dia que eu trombei contigo, eu recém tinha saído, foi coisa de louco mermo... Quando te vi, fiquei doido. Sabia que era você e tinha que ser você. - me olhou, sorrindo de lado.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora