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Ágata.

As semanas se passavam e mais estressada eu ficava. Tava preparada pra matar um.

Acordei e olhei pro lado, vendo Lara dormindo profundamente. Olhei pro relógio no criado mudo e marcava 09:32

Respirei fundo e fiquei olhando pro teto, sentindo uma ânsia de vômito anormal.

Fechei os olhos tentando manter o foco na respiração. Logo a ânsia passou.

Me sentei na cama, e peguei meu celular, discando o número de Renata.

Ingrid tava na lua de mel, e Eric tava por algum canto dando.

Renata: bom dia, flor do dia. - disse animada.

Eu: bom dia não. - resmunguei e ri fraco. - tem como ficar com Lara pra mim?

Renata: agora? - ela falou com alguém. - eu vou demorar um pouquinho, mas fico sim.

Eu: deixa pra amar depois. - a mesma gargalhou. - vou tomar um banho, resolve aí e quando tiver vindo me avisa. Obrigada, gata.

Nos despedimos e eu desliguei a chamada, colocando o celular no criado.

[..]

Eu: vou demorar. - Renata me olhou e concordou. - mandei mensagem pro Vargas, obrigada, beijos.

Renata: calma e você vai aonde? - disse confusa.

Eu: no hospital. - ela fez careta. - tô com muita dor de cabeça. Vou vê se tomo um remédio na veia. - menti.

Renata: toma no postinho. - disse óbvia.

Eu: vou pelo plano. - retruquei e ela deu de ombros. - até já.

Nem dei mais assunto e adentrei no carro, dando partida.

Tudo passava pela minha mente. Não tinha cabimento. Eu ia atrás só da confirmação mesmo.

__

Xxx: Ágata? - perguntou por cima do balcão. Me levantei. - aqui seu resultado. - me entregou o papel.

Agradeci e sai dali, indo em direção ao meu carro.

Um misto de sentimentos. Um desespero. Vontade de jogar fora e não ver o que tava escrito, mas ao mesmo tempo, vontade de abrir.

Respirei fundo e adentrei no carro.

Fiquei umas meia hora olhando o papel a minha frente, e apoiei minha cabeça no volante do carro.

Meu celular começou a vibrar, olhei por cima do ombro e vi o nome de Vargas na tela.

Não atendi, mas abri o teste na velocidade da luz. O coração faltou sair pela boca. Mesmo esperando, a gente não tá acostumado.

POSITIVO.

Fechei os olhos, raciocinando direito.

Agora tava explicado todo o meu estresse, mau humor, vontade de matar todo mundo.

Meu corpo tremia, mas era de felicidade.

Estava esperando um filho, novamente.

O celular tocou de novo, peguei o mesmo e ele já veio todo preocupado.

Vargas: e aí, já te atenderam? - os homens falava no fundo. - pô amor, se tivesse falado, eu tinha te levado. Não é bom tu ficar saindo sozinha.

Eu: tô grávida. - sussurrei. Ainda olhando o papel.

Vargas: quê? - disse confuso. - a ligação cortou. Tu já tá aonde?

Eu: tô grávida, amor. - repeti e a ligação ficou muda. - tá aí?

Vargas: tá de caô né? - riu, aparentemente nervoso.

Eu: não. Tô na clínica. - suspirei.

Vargas: eu vou aí. - falou rápido. - não sai daí.

Eu: amor, eu vou pra casa... - ele me interrompeu.

Vargas: tô chegando pô, tô ligado onde tu tá. - escutei o carro cantando pneu. - fica na linha.

Eu: tá acontecendo algo? - falei preocupada.

Vargas: qual foi Ágata? - ele riu. - Tô feliz pô, quero olhar na tua cara, quero te abraçar e comemorar junto contigo. - minha garganta travou. - era pra gente tá junto nesse momento pô.

Eu: desculpa. - sussurrei.

Vargas: tô chegando, amor. - concordei.

Não foi nem 15 minutos e o homem chegou. E logo em seguida, mais um carro e uma moto.

Parecia até que tinha alguém na captura dele. (ironia)

Ele mal estacionou e já veio na minha direção... Parecia um foguete.

Sai do carro e ele já me abraçou. Um abraço apertado, cheio de carinho, amor, proteção.

Suspirei me sentindo completamente segura ali.

Vargas: caraca, tô feliz a beça. - sussurrou, ainda abraçado.

Eu: tô assustada, mas tô feliz. - ri fraco.

Vargas: eu já sabia pô, já sabia mermo. - se gabou e eu olhei pra ele. - tava toda enjoada, preparada pra guerra.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora