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Vargas.

Era bagulho demais no meu lombo pô, tem cabimento uma porra dessa não.

Encarei aquela caixa cheia de sangue e dois bonecos cheio de agulhas. Neguei, passando a mão no cavanhaque. Nego tá passando dos limites

Mexer com religião pra fazer o mal, é doido, meu chapa.

Ágata: que demora é essa? - gritou da sala.

Eu: dá um sumiço com esse bagulho. - apontei pra Freitas. - Já tamo indo amor, Freitas tava me mostrando uns bagulho.

Ágata: o que? - ouvi seus passos se aproximando. Encarei Freitas que concordou e fechou a caixa. - deixa eu vê também. - bateu o pé pro Freitas.

Freitas: não é coisa pra mulher. - fechou a cara e eu segurei o riso. Ágata mandou dedo e ele saiu dali.

Minha mente tava a milhão. Tava nem raciocinando direito.

[..]

Os dias se passaram, a comunidade tá um caos. Polícia ameaçando, mensagens de ameaça pra Ágata. Eu tava do jeito que o diabo gostava mermo.

Eu: tu não vai fazer o bagulho que eu tô pedindo né? - encarei Ágata, que lixava as unhas. A mesma me olhou, erguendo a sobrancelha.

Ágata: pra que sair daqui? - respirou fundo. - você acha que eles descobrindo que eu tô longe de você... Eles não vão atrás? - encarei ela, filha da puta mermo.

Eu: o problema é eles invadir grandão pô, é isso... eu não vou tá do teu lado, eles vão vim sagaz pra te pegar. - a mesma revirou os olhos.

Ágata: e pra onde você quer que eu vá? - observei ela, se levantando e abaixando o short, pra tampar a bundona dela.

Eu: não precisa sair do Rio. É só pra dá um tempo da favela. Pô, minha gata, eu me preocupo com vocês. - ela suspirou, sentando no meu colo.

Ágata: eu não queria sair daqui. - falou com a voz embargada. - se for pra sair, mais fácil eu ir pra Amsterdam, meu pai tá lá. - encarei ela sério. Mané Amsterdam, irmão.

Neguei e fiquei calado.

Bagulho sem pé nem cabeça.

Ágata.

Tinha uns dias que Vargas tava estranho. Não me falava, mas também não deixava de colocar na minha cabeça que eu tinha que sair dali.

Conversamos mais um pouco e ele saiu, tinha que resolver uns negócios na boca.

Me joguei na cama e fiquei olhando pro teto, a sensação de que eu seria mãe, ainda não me deixava a vontade.

Didi: anão, você só vive deitada cara. - reclamou.

Eric: quem ganha dinheiro deitada, você sabe o que é. - revirei os olhos.

Didi: bora pegar uma praia. - falou sorrindo e eu encarei ela.

Eu: Vargas vai chiar pra caralho. - fechei os olhos, e abri novamente, olhando pros dois que estava na porta.

Eric: liga pra ele, bom que manda uns seguranças. - sorriu malicioso.

Eu: tu tá de rolo com alguém, sua bicha safada? - ele me olhou chocado.

Eric: tá maluca? Lógico que não. - respondeu rápido e Ingrid encarou ele.

Didi: respondeu muito rápido, tá com culpa no cartório.

Não me aguentei e dei risada negando.

Me levantei e disquei o número do Vargas. No terceiro toque ele atendeu.

Vargas: que houve? - preocupado.

Eu: preciso de uns seguranças. - ele respirou fundo. - Ingrid e Eric estão me chamando pra praia.

Vargas: é perigoso. - falou calmo.

Eu: por isso tô pedindo os seguranças. - o mesmo limpou a garganta. - ou então, vem você comigo.

Vargas: eu não posso, Ágata. - falou óbvio. - tô só te palmeando, já te expliquei mil vezes os bagulho e tu não entende. - falou sério. Encarei Ingrid e bufei.

Eu: Beleza Vargas. Não precisa. - nem esperei ele responder e desliguei.

Tudo bem que era pra minha segurança, mas que saco. Não posso fazer mais nada.

Eu: vou não. - falei séria.

Didi: então vamos tomar banho de piscina mesmo. - deu de ombros. - eu e Eric já trouxemos nossas tralha de roupa mesmo. - riu.

Eric: primeira vez que vamos ver piranhas de água doce. - encarei ele, fazendo careta.

Eu: tu é burro é, viado? - gargalhei. - piranha é de água doce. - ele parecia pensativo.

Eric: oxe, e eu achando que era de água salgada. - ele continuou pensativo. - acho que faltei algum dia de aula. - riu.

Didi: bicha burra. - empurrou o mesmo, de leve.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora