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Ágata.

Eu tava totalmente boquiaberta com tudo aquilo. Eu sabia bem que ela era sem noção, mais não a esse ponto.

Um conflito interno se apossou em mim, e eu encarava ela e Vargas na minha frente.

Vargas: qual foi? Tá pálida aí, Ágata. - pegou no meu ombro, me sacudindo devagar.

Eu: não posso esconder dele, Rafaella. -encarei a mesma, que só concordou e abaixou a cabeça.

Vargas: sabia pô, qual foi mermo? - falou sério.

Eu: ela tava passando informações pro pai da Ingrid. - Vargas me olhou surpreso e suspirou fundo, passando a mão no cavanhaque bem feitinho.

Vargas: só b.o, irmão. - negou, encarando Rafaella. - tu tá achando que tem otário aqui, porra? - se aproximou da mesma, agarrando no seu braço.

A mesma arregalou os olhos, enquanto Vargas a sacudia.

Do nada senti alguém me puxando, olhei pro lado e vi Ingrid.

Respirei fundo.

Didi: amiga, vamos sair daqui. - concordei. - a chapa vai esquentar.

Eu: ele vai matar ela? - sussurrei.

Didi: só assim pra ela da paz. - fez careta.

Eu: ela disse que seu pai tá atrás de mim. - Ingrid parou de andar, e me olhou seria.

Didi: não acredito. - murmurou.

Eu: ele tá na maldade, Ingrid. Ele não vai me deixar em paz. - falei, ficando nervosa.

Didi: isso tudo porque seu pai não quis ajudar. - falou com a voz embargada. - e ele queria que eu fizesse sacanagem contigo também. Que velho imbecil. - falou com raiva.

Eu: quê? - falei tentando assimilar tudo.

Freitas: leva ela pro quartinho, Vargas. Aqui não. - apareceu nervoso.

Vargas: AQUI SIM, PORRA. - gritou, a rua já estava lotada. O pessoal olhava assustados, e outros, pareciam estar gostando da situação. - EU TO SEM TEMPO, IRMÃO. ENTÃO SÓ UM AVISO... QUEM OUSAR MEXER COM UM DOS MEUS, VAI LEVAR CHUMBO SEM DÓ. -  falou sério.

Vargas pegou sua pistola e destravou, apontando pra cabeça da Rafaella.

Arregalei os olhos e coloquei a mão na boca, chocada com tudo aquilo.

Rafa: Vargas, por favor... - ele deu uma coronhada na mesma, na qual fez ela tontear.

Vargas: MANDA UM OI PRO CAPETA... - logo meu ouvido zuniu.

Um grito abafado saiu da minha boca, meu coração parecia que ia explodir.

Ingrid me puxou pra um abraço, e eu tava em êxtase.

Olhei pra trás e o corpo de Rafaella tava caído no chão, e sangue minando fazendo uma grande poça.

Minhas mãos tremiam, meu estômago revirava.

Eu: preciso sair daqui. - sussurrei e Ingrid concordou.

[..]

Didi: tá melhor? - suspirei, tomando um copo de água com açúcar.

Eu: menina. - fechei os olhos. - a cena não sai da minha cabeça.

Didi: por isso que eu queria te tirar de lá. - me olhou.

Eu: não achei que ele fosse fazer aquilo na frente de todo mundo. - falei óbvia.

Didi: não conhece o macho que te come? - encarei a mesma e mandei dedo, ela riu.

Eu: não é hora pra essas gracinha. - fiz careta. - e faz um bom tempo que não acontece isso.

Didi: aham, e esses chupões foi eu que te dei né? - falou animada.

Eu: pelo amor de Deus. - murmurei sentindo minha bochecha queimando.

Ingrid ficou me gastando o resto do tempo que estávamos juntas.

Meu celular não parava de tocar, mas eu precisava espairecer um pouquinho.

Eu: Vargas deve tá atrás de mim. - Ingrid me olhou com malícia.

Didi: ou você tá querendo sentar no chefe. - riu.

Eu: mano, você não cansa? - falei séria, mas ri logo em seguida.

Didi: amiga, eu entendo. - encarei ela. - eu tô doida pra sentar no sub chefe. - suspirou. - mas ultimamente tá tão difícil.

Eu: começaram a brigar de novo? - ela bufou. - vocês dois tem que se ajeitar, cara.

Didi: eu tô cansando, entende? - concordei. - faço de tudo, poxa. Aí ele fica nessas gracinha dele. Trabalho igual uma cachorra, e o cara quer vim vacilar comigo? Da não.

Eu: primeira coisa a se fazer, é sair da casa dele. - ela me olhou. - isso é relacionamento tóxico, amiga. Não é legal morar junto e viver assim. Vocês nem estão casados, não tem um relacionamento.

Didi: você tem razão. - disse, deixando uma lágrima cair. - eu vou resolver isso. Você girou uma chavinha que eu fazia questão de não girar.

Eu: não chora. - limpei seu rosto. - você sabe do seu valor, se ele não enxerga, ele que se dane pra lá. - sorri de lado.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora