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Vargas.

Desistir não era uma opção, mas também não posso ficar batendo na mesma tecla sendo que não vou ter nenhum retorno.

O bagulho era doido mermo pô, mas eu já tava decidido. Uma palavra ou reação que eu entender, já era.

Pego meu cavalinho e saio fora.

Ela tava calada. Parecia pensativa.

Já começou a bater altas neurose pô, coisa sinistra.

Posso ter sido tudo, mas não fui um má namorado não.

Eu: tranquilo pô, precisa falar nada mais não. - ela me olhou confusa.

Ágata: mas eu... - interrompi ela.

Eu: já tô ligado, pra um bom entendedor meia palavra e reação basta. - ela me olhou sem jeito.

Ágata: você nem tá deixando eu falar.. - neguei, passando a mão pelo rosto.

Eu: Ágata, tá suave. - respirei fundo. - amanhã eu falo pra algum moleque te levar pra casa.

Eu já tinha surtado pô, nem eu tava me entendendo.

Mas era chato pô, chato mermo.

Faço de tudo por essa mulher, falto beijar o chão por causa dela, para no final, eu ser pisado. Ser tratado como bicho.

Peguei meu copo de refrigerante e sai dali.

Minha mente tava fervendo. Altas parada sinistra passando por ela.

Catei meu baseado e fui pra área da piscina. Acendi o mesmo e comecei a fumar.

Neurose era coisa braba mermo, ainda mais quando é parada que envolve mulher.

Vida de cão viu. Puta que pariu.

[..]

Tava deitado no sofá, olhando pro teto. Não consegui pregar o olho por nada. Pressentimento ruim, coisa estranha.

Respirei fundo vendo meu radin apitar.

Encarei ele e logo ouço o bagulho dos foguete, ih caralho.

Dei um pulo do sofá, ouvindo Freitas gritando.

Eu: que porra foi? - disse indo correndo pro meu quarto.

Freitas: TAO INVADINDO IRMAO, TA FORTE.. - gritou, e logo escuto barulho de tiro.

Eu: MANDA DERRUBAR PORRA, SEM DÓ NENHUMA. - respondi. - TO CHEGANDO PÔ, SEGURA AS PONTA.

Assim que adentrei no quarto, Ágata tava sentada na cama, com os olhos arregalados e querendo chorar.

Eu: vou precisar ir. - olhei pra mesma, colocando uma calça, uma blusa, o colete e um tênis. Peguei a balaclava e segurei a mesma.

Ágata: eu tô com medo. - apareceu me olhando.

Eu: ninguém consegue chegar aqui. - olhei pra ela. - não vou deixar ninguém fazer algo com você.

Ágata: eu não quero ficar sozinha, Renan. - segurou na minha mão, fazendo eu olhar pra ela. - eu tô com um pressentimento estranho, fica aqui.

Eu: eu não posso, princesa. - puxei ela pro meu abraço. - é meu morro pô, não posso deixar os mano na mão.

Ágata: promete que vai voltar? - disse soluçando. - promete, Renan?

Eu não podia prometer uma coisa que eu não sabia se seria fato verídico.

Era bagulho que eu não tinha uma certeza. Nessa vida, você não sabe se vai morrer ou se vai sair ileso.

Freitas: BORRA VARGAS, O CAMBURÃO TA SUBINDO. - gritou, enquanto os tiros tomava de conta de todo o morro.

Eu: eu te amo. - beijei o topo da cabeça dela.

Foi simplesmente a única coisa que eu consegui falar.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora