88

11.7K 535 2
                                    

Ágata.

Eu: não sei porque você bebe desse tanto. - reclamei, tentando puxar Vargas pela camisa.

Tava um caos que só.

Um homão desse tamanho, tava parecendo a formiguinha querendo roubar um pouco de açúcar e não conseguindo.

Vargas: você só reclama. - falou arrastado. Parei e encarei ele. - que foi, pô?

Eu: que foi, Renan? Você me tirou de ir pra minha casa. - falei chorosa. - pra eu ter que te trazer pra casa.

Vargas: tu é minha mulher. - falou despreocupado.

Eu: não sou mais. - respondi na lata e ele riu.

Não falei nenhuma piada.

Vargas: ri não, bobinha. Tô te dando o papo mermo. - deu um tapinha fraco no meu ombro.

Fiquei calada e neguei.

Tody: quer ajuda aê, patroinha? - gritou da esquina e eu mandei um jóia.

O cabra chegou na velocidade da luz.

Tody: pra essas farra boa, ninguém me chama, pô - reclamou e Vargas encarou ele, rindo.

Nem se fumasse tanta maconha, não estaria assim.

[..]

Vargas: TÁ MALUCA PORRA? - gritou assim que a água gelada caiu na sua cabeça. - Puta merda, joguei foi pedra na cruz.

Eu ri fraco, negando e indo pegar a toalha.

Vargas: tranquilo pô, já descontou teu ódio? - me olhou com os olhos vermelhos, e eu só levantei a sobrancelha.

Eu: o mundo iria acabar, mas meu ódio não passaria. - sorri de lado e ele me olhou, fingindo chateação.

Vargas: ta vendo aí como você é? Só pisa em mim pô, só maltrata o coração do vei. - revirei os olhos.

O diabo era sujo mesmo.

Eu perto daquele traste, eu não pensava direito.

Ficava no mundo da lua. Esquecia de tudo. Como pode isso?

Eu: pronto, já tá em casa... Vou ir embora. - peguei meu celular e fui saindo do quarto.

Sabe, na minha mente, estava ir embora... Mas o coração, ah, ele põe a gente em cada uma.

Vargas: não, Ágata. - segurou meu ombro. Respirei fundo.

Eu ia cair no papinho de novo, tô até sentindo.

Eu: Renan, por favor... - ele me puxou, fazendo virar de frente a ele.

Nossos olhos se encontraram, e parecia até coisa de outro mundo.

Meu corpo começou a formigar. Meu coração bater forte. Meu pensamento todo foram jogados no lixo.

O mesmo veio se aproximando seu corpo do meu... Arregalei os olhos e tentei me afastar, mas quem disse que meu corpo obedecia?

Droga.

Uma mão segurando minha cintura, a outra, minha nuca.

Meus olhos percorreram todo o seu peitoral, e nada mudou. Continuava gostoso.

Um pecado danado.

Respirei fundo quando senti seu lábio tocando o meu.

Parecia que fogos de artifícios tinham entrado em total colapso.

Sua língua pedindo permissão para iniciar um beijo foi a chave final.

Não liguei mais pra nada.

Hipocrisia demais.

O beijo foi cheio de fogo, desejo, ambição, e umas pitadas a mais. Tinha saudade, sentimentos.

Qual seria o sentimento? Ódio, raiva, rancor? Ou melhor, seria amor?

Fica aí a dúvida.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora