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Vargas.

Não dá pra entender, tá ligado?

Bagulho que me deixa na neurose é acontecer algo e eu não descobrir qual o caô.

Ainda por cima, Ágata é osso duro demais pô.

Eu fico bolado mermo, não é questão de mostrar quem manda, é questão de segurança.

Nem sempre eu vou tá ali pra defender ela, igual no dia do acontecido, e agora com essa descoberta, agora me deixou na noia mermo.

Freitas: e aí, meu chapa. - chegou fumando um baseado. Encarei ele e só concordei. - ih, qual foi?

Eu: nada pô, tô suave. - falei sério, encarando a tela do computador. - qual foi desses desfalques aqui? - virei a tela.

Freitas: bagulho doido mermo. - bufou. - ainda não descobri não pô, mas tô na cola.

Eu: rato de novo, caralho? - passei a mão no cavanhaque, me estressando. - esses porra num entende nunca. - neguei, respirando fundo. - tu resolve mermo pô, se não eu vou passar sem dó. E vai sobrar pa tu também.

Freitas: desconta bagulho em mim não, Vargas. - encarei ele. - ideia mermo pô, tô sempre do teu lado, qualquer caô quer tacar no meus peito. - fiquei calado.

Ele ficou um tempo ali, recebeu uma ligação e saiu sem falar nada.

Minha cabeça tava a milhão mermo.

Maior neurose do caralho.

Logo vejo Rafaela entrando no local, encaro ela de cima a baixo e reviro os olhos. Tenho paz nessa porra não.

Rafa: oi amorzinho. - chegou sorrindo. Encarei a mesma sério.

Eu: da o teu papo, Rafaela. - falei grosso.

Rafa: grosso comigo é só na cama. - chegou perto, se jogando em mim.

Mereço essa porra mermo.

Eu: cara, sai de cima. - empurrei ela, que me olhou seria. - qual o teu caô? Tu num disse que ia meter o pé daqui?

Rafa: mudei de ideia. - deu de ombros. - aí Vargas, eu já abri mão de tu, entendeu? - eu encarei ela. - é sério.

Eu: e qual caralho tu quer aqui? - falei me estressando.

Rafa: nada, só vim te ver. - riu e eu neguei. - fiquei sabendo que a outra tá no hospital.

Eu: nada que envolve ela, te interessa. - falei encarando ela.

Rafa: tá bom então. - deu de ombros. - depois a gente se fala.

A mesma saiu dali jogando o cabelo, e nem olhou pra trás.

Cão de buceta e saia.

[..]

Ajeitei os bagulho tudo na boca e fui pra casa.

Cheguei lá, tomei uma ducha e vesti um traje maneiro.

Quando desci pra sala vi ela ali, encarando o nada. Ihhh, ergui a sobrancelha.

Porque ninguém me avisa porra nenhuma? Tô entendendo mermo não.

Eu: tu chegou quando? - falei sério.

Ágata: tem um tempo. - deu de ombros, me encarando. - você sai do hospital transtornado, não volta pra lá e quando eu chego, você tá com a Rafaela? - a mesma deu uma risada estranha, suspirando e nem sequer olha pra mim.

Eu: tá maluca, Ágata? - ela me olhou cheia de raiva. Sua pupila dilatada, e a respiração totalmente irregular. - tá comendo merda pra falar um bagulho desse?

Ágata: VAI ME FALAR QUE NÃO TAVA COM ELA NAQUELA PORRA? - gritou, me fazendo assustar. Ajeitei minha postura e ela me encarava, esperando uma resposta, mas ela já sabia da resposta. - É, eu já sabia. - sussurrou.

Eu: Ágata, não aconteceu nada pô. - passei a mão no cavanhaque. - ideia mermo pô, sou moleque não.

Ágata: eu já pedi pra você, quantas vezes já pedi? - ela diz com a voz rouca. - parece que faz de propósito, sabe de todo o proceder das coisas, sabe que ela faz as coisas na maldade. - a mesma já estava de pé, andando de um lado pro outro.

Eu: amor, para com isso. - tentei me aproximar, mas a mesma fez um gesto para que eu continuasse no mesmo lugar.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora