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Ingrid.

Eu: preciso pensar... - respirei fundo, e o mesmo me olhou.

Eu gosto daquele infame. E o pior de tudo, é que eu não conseguia ficar com raiva.

E ele ali, dizendo que gostava de mim deixava meu coração mais em paz ainda.

Porém, eu não podia simplesmente perdoa-lo né. Nem tudo era tão fácil assim.

Freitas: vou esperar seu tempo. - falou, me olhando. E logo se levantando. - não demora não, tá? Se achar que eu tô afobando, só dá ideia.

Nem falei nada, só concordei.

Era estranho, mas era engraçado essa nossa situação.

Freitas: posso te levar pra casa? - passou a mão na cabeça, colocando uma das mãos no bolso do short.

Eu: pode. até melhor que não preciso andar. - sorri.

Ele concordou, e chamou alguém no radin. Logo um dos moleque chegou com a moto dele.

Freitas: valeu aí, menó. - agradeceu, pegando a chave.

O moleque mandou jóia e saiu dali.

Freitas montou na bichona, e eu fiz o mesmo, agarrando sua cintura.

O coração tava como? Batendo forte demais, fi.

[..]

Eu: obrigada. - sorri de lado.

Freitas: é nós pô, precisando só ligar. - me olhou.

Eu: não se preocupa. - sacudi os ombros e ele negou.

Freitas; depois a gente pode marcar de lanchar algo? - sugeriu e eu olhei pra ele.

Parecia dois adolescentes com medo de pisar errado.

Eu: aí Freitas... pode agir normal tá? - ri pelo nariz. - não é isso que vai fazer algo mudar, são suas atitudes. - falei brincando pro clima não ficar tenso.

Freitas: aí é que tá né, minha princesa... eu não sei agir normal - ele deu uma risada rouca. - o normal é poder te abraçar, te beijar. E no momento, suponho que a gente tá tentando reatar né?

Eu: não sei de nada... - respondi rápido. - obrigada por ter me trago tá? Vai pra casa com cuidado, tchau.

Nem esperei ele responder e adentrei em casa igual tiro.

Ágata.

Vargas: caraca, tu tá até agora comendo? - apareceu todo gato. Encarei ele, demorou a beça.

Eu: o que você tava fazendo? - falei séria.

Vargas: falei que ia fazer o que, amor? - respirou fundo, se sentando ao meu lado.

Eu: essa demora toda? - fiz careta.

Vargas: a não, Ágata. - passou a mão no rosto.

Eu: tá bom, não falo mais nada. - bufei.

Ele me olhou, negou e ficou calado.

Lanchamos, trocamos algumas palavras e ele se levantou, deixando eu e Eric na mesa.

Eric: acho que ele pistolou. - disse olhando o movimento.

Eu: eu só fiz uma pergunta. - me defendi.

Eric: aí queen, deu a entender que você tava desconfiando. - riu abafado.

Eu: sério? misericórdia. - falei olhando pra trás, vendo Vargas conversando com uma mulher. - alá.

Eric: pronto. - negou. - amiga, se controla viu? A gente descobriu essa gravidez hoje. Não dá nem pra usar como desculpa.

Fiquei calada.

Eu achava um absurdo essas mulheres saber que o cara é comprometido, esperar o momento dele tá sozinho e ir atrás igual umas cadela no cio. Fico possessa mesmo.

Sei o que passamos pra chegar nesse patamar que estamos hoje em dia.

Eric se despediu de mim, e foi pra casa do bofe. Já coloquei logo um carão e fiquei esperando a peça aparecer pra gente ir embora.

O mesmo chegou, me entregou um milk shake e fomos pro carro.

Nem falei nada. Se eu começasse, ia gerar confusão.

Vargas: qual foi dessa cara aí? - disse me olhando, estacionando o carro na garagem.

Eu: nada. - respondi seria, sem olhar pra ele.

Vargas: para de caô, Ágata. - segurou meu braço, porque eu já tava preparando pra sair do carro.

Eu: quem era aquela mulher? - perguntei na lata.

Vargas: queria o número do Toddy, Ágata. Qual foi pô? Tá achando que eu tô na pilantragem contigo? - perguntou sério.

Senti até minha última geração queimar de vergonha.

Fiquei calada e neguei.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora