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Vargas.

O coração tava como? A milhão pô.

Sai doido pelo corredor, chamando alguém para ver minha mulher.

De longe dava pra ouvir os bipes do aparelho.

Eu nem tava raciocinando direito.

Dr: o que houve? - apareceu assustado.

Eu: ela sinhô, apertou minha mão. Eu senti. - falei me explicando, tentando não demonstrar euforia.

O médico concordou e se aproximou de Ágata. Avaliou a mesma, colocou aqueles bagulho no olho e se assustou quando viu a pupila dela dilatada.

Dr: meu Deus, isso é um milagre. - falou com os olhos arregalados. - ela realmente reagiu.

Concordei e o mesmo anotava algo no bloco dele.

Dr: não deve demorar muito para que ela abra os olhos. - me olhou. - pode ficar aqui, caso ela acorde não ficará tão nervosa.

Eu só concordei e cocei meu cavanhaque, tava eufórico demais parceiro.

Eric: Olha, tem 2 meses que estou aqui e essa mona não acorda. - chegou reclamando e eu encarei ele. - Ah, tu tá aí, embuste...

Eu: cala a boca, purpurina. - falei sério, e o mesmo revirou os olhos.

Eric: eu não sei como eu te aguento.. vc é um pé no saco. - negou, jogando o cabelo pro lado.

Eu: eu não sei porque ainda não te dei um fim. - a bicha me encarou chocada, e eu neguei.

Eric: ratazana preta nojenta. - sussurrou e eu encarei o mesmo, que fingiu demência.

Eu: tu fala demais, parceiro. - ele me olhou.

Eric: parceirA. - falou a vogal mais alto e eu ri negando. - tu me respeita, nojento. Uma hello Kitty dessa. - apontou pra si.

Ágata: vocês não vão parar? - falou com a voz falha.

Arregalei os olhos e olhei em direção a mesma, que olhava pra nós com expressão de cansada.

Eric: GENTE. - gritou, colocando a mão na boca. - MEU DEUS, QUEEN. - saiu pulando.

Ágata: com vocês brigando, até defunto levanta. - resmungou.

Eric: você tava quase matando a gente. - reclamou. - mana, você ficou 4 meses dormindo. - Ágata olhou assustada. - você tem noção disso? Misericórdia. Eu tava lá dando vários close com os gringo, mas vim correndo ficar do seu lado.

Ágata: 4 meses? - falou tentando assimilar.

Eu: Eric. - chamei a atenção dele, que me olhou. - devagar nas informações pô.

Eric: aí, desculpa. - falou baixo. - eu vou lá embaixo ligar pro pessoal. - falou tentando sair fora, neguei e o mesmo saiu do quarto.

Ágata: e nossa filha? - me olhou assustada.

[..]

Eu: você não tem noção do quanto eu tava agoniado. - suspirei, enquanto a mesma alisava minha mão.

Ela já tinha feito uma chapa de exame, graças a Deus tava tudo bem.

Ágata: eu consegui escutar algumas coisas. - falou pensativa. - não tudo, as vezes parecia que eu não tava aqui, sei lá. - riu fraco.

Eu: me desculpa pô... - suspirei e ela me olhou. - se eu tivesse ficado contigo na reta final... - a mesma me interrompeu.

Ágata: não adianta mais. - sorriu de lado. - já passou, tá tudo bem!

Encarei ela, que sorria sem rancor e concordei.

A mesma me puxou e começamos um beijo lento, cheio de saudade. Tá porra, aí o malandro não aguenta pô.

Que saudade do toque dela, do cheiro, do beijo, de tudo. Coisa de maluco mermo.

Logo Ingrid chegou com nosso bem precioso. Caraca, parecia cena de filme. Agora sim a vida recomeçava.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora