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Ágata.

Eric: isso não se faz minha gente, quase que eu explodia de susto e ia brilhar junto com as estrelas. - reclamou.

Vargas: essa purpurina sabe ser exagerada, viu. - falou mexendo no celular.

Eric: você é um besta. - disse debochado.

Vargas: e você uma gazela. - Eric abriu a boca, mas colocou a mão no peito, fingindo chateação.

Eu: não fala assim dele, amor. - falei e ele me olhou, assimilando o que eu falei. Logo fez careta e Eric riu.

Eric: virou cachorrinho da Boss. - disse dando de ombros.

Vargas: começa de caô aí viu. - falou bravo e eu ri.

Eric: tô mentindo, bofe? Tô nada. - jogou os cabelos imaginário.

Eu: Eric. - repreendi ele, que riu. - não começa vocês dois.

Eric: mas ele é pau mandado. - disse saindo do quarto.

Vargas apenas encarou ele, negando com a cabeça.

Ri fraco e Eric foi pro quarto dele.

Cruzei os braços e encarei aquele bofe incrível que tava na minha cama.

Eu: você não ia pra casa? - apontei pro mesmo.

Vargas: pois é, mas senti saudade. - sorriu, mostrando os dentes perfeitamente alinhado.

Eu: podia ter avisado. - fiz careta. - me assustou.

Vargas: desculpa, princesa. - se ajeitou na cama. - na próxima eu nem vou pra casa.

Eu: vai vendo. - resmunguei.

Fui até o guarda roupa e peguei uma calcinha e meu pijama. Vesti e voltei pra cama, me deitando ao lado dele, que estava bastante cheiroso..

Eu: você é a melhor coisa que me aconteceu. - comentei, vendo o mesmo me abraçar pela cintura.

Vargas: eu que falo isso pra você. - cheirou meu cabelo. - tu vai ser pra sempre minha mulher, bota fé? - sorri, concordando.

[..]

Nem lembro a hora que eu dormi, mas acordei com barulho de fogos. Abri os olhos devagar, tentando assimilar o que estava acontecendo. Olhei pro lado e não vi ele, pulei da cama vendo Eric vindo em minha direção correndo.

Eric: meu Deus, Boss. - sussurrou com os olhos arregalados.

Eu: cadê ele? - perguntei sentindo um aperto no peito.

Eric: ele saiu tem um tempo, amiga. - respondeu, procurando o celular. - pediu pra você não sair de casa. - fiquei calada.

Logo começou a trocar de tiro. Um pessoal gritando, barulho de explosivos.

E nada tirava a sensação de aperto no peito.

Eu: tô com medo. - murmurei enquanto Eric alisava meu cabelo.

Eric: vai dá tudo certo, Boss. - concordei.

Ligamos a tv e logo havia noticiário comentando sobre a invasão.

A polícia veio sem dó e nem piedade.

Estão atrás do dono e do braço do morro.

Trocação braba.

Minha garganta travou, e meus olhos marejaram.

"Possível frente de comunidade morre ao trocar tiro com a polícia."

Na mesma hora ponho minha mão na boca, não acreditando naquilo.

No chão, apenas com sua bermuda a mostra. Com a mesma roupa na qual ele estava ali em casa.

Eu: Eric. - sussurrei.

Eric: amiga, calma. Você tá tremendo. - disse, nervoso. - as vezes não é ele.

Eu: é a roupa que ele estava. - senti a lágrima quente rolar. - MEU DEUS. - gritei, sentindo meu peito doer. - NÃO. NÃO É POSSÍVEL. - eu gritava desesperada.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora