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Freitas.

A vida era um caralho mermo.

Sempre deixei claro os bagulho, mas ela se fazia de doida real.

"Eu não quero mais ficar aqui. Não quero ficar mais nesse estilo de vida."

Rapá, bagulho me pegou legal. Surtei, fiquei doido.

As coisas nera assim não pô. Já pedi pra namorar, pá casar. Tu quis? Não pô, quis não.

Vargas: tá ficando louco, porra? - falou se aproximando.

Eu: fica na tua pô, se intromete na minha vida não. - falei estressado.

Vargas: fala direito, caralho. - sua voz soou cheio de ódio. - tu controla as emoção aí, tá ligado? Se ficar vacilando, vou entender legal não.

Encarei Vargas e mandei só um jóia. Nem falei mais nada.

Vazei na braquiara. Tava puto demais.

Subi pro alto do morro. Catei logo meu baseado e comecei a fumar.

Só atraso pô, tem cabimento não.

Tô ligado que tenho meu jeito todo explosivo, mas ninguém entende meu lado.

Toda vez é a mesma prosa dessa mulher. Querendo sair fora.

Nunca tentou e nem demonstrou que queria de verdade.

Os pensamentos intrusos perturbava minha mente, me deixando mais louco ainda.

[..]

Ingrid.

Tava chateada pra caramba. Freitas era muito difícil de lidar.

Pra ele nada estava bom.

Tava cansada de me matar pra poder continuar ali com ele. Mas todo dia era uma conversa nova.

Conversa nas quais, o bonitão sempre estava com alguma mulher.

Tenho obrigação nenhuma de ficar com alguém assim.

Não é porque é bandido, e os escambau.

Eu podia muito bem armar um circo, como ele sempre faz, todas as vezes.

Mas eu prefiro minha paz.

Só quero viver tranquila, e seja o que Deus quiser.

Pedro: você tá bem? - apareceu na porta do quarto. Encarei ele e concordei. - ele te machucou?

Eu: não, tá tudo bem. Obrigada. - sorri.

Deus que me perdoe, mas ele era um gato.

Sorte é quem for ter esse bofe.

Tudo de bom.

Tirei os pensamentos insanos com o mesmo me encarando.

Eu: falou algo? - ele riu.

Pedro: pelo visto tá cansada. - concordei rindo sem graça. - amanhã bora dá um rolê.

Eu: tá falando gíria? - falei rindo. - tudo bem, bora.

Ele me deu boa noite e saiu do quarto.

Fiquei olhando pro teto, e são tantas coisas passando por minha mente.

Sabe a sensação de impotência? Eu tava assim. Não sabia o que fazer. Nem qual rumo tomar.

Será que Ágata iria me achar traíra por ter aceitado sair com o pai dela? Misericórdia.

Ágata: e aí, minha gata. - apareceu e eu olhei pra mesma sem graça. - ih, que foi?

Eu: nada, uai. - respondi rápido e ela me olhou desconfiada.

Ágata: estranha. - fez careta.

Eu: posso te fazer uma pergunta? - a mesma me olhou, erguendo a sobrancelha.

Ágata: lá vem. - se sentou na cama. - que foi, Ingrid?

Eu: se por um acaso. - ela me olhava curiosa. - só acaso mesmo...

Ágata: você tá me deixando curiosa. - resmungou.

Eu: deixa eu falar. - fechei a cara, e ela mexeu a mão, pra eu continuar. - seu pai me chamou pra sair. - falei rápido, e a mesma me olhou espantada.

Ágata: aí Ingrid... me poupe. - revirou os olhos. - tu acha mesmo que sou obrigada a saber dessas sem vergonhice?

Eu: para Ágata. - choraminguei. - tenho medo de afetar nossa amizade.

Ágata: tu tá com outras intenções, sua peste? - falou brincando e eu senti meu rosto queimando.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora