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Vargas.

Eu sabia quem era aquele mano. Era bem o cara que o Freitas tava querendo cobrar.

Olhei pro mesmo serinho, e logo ele negou.

Pedro: Boa tarde. - concordei com a cabeça. - filha, eu não aguento aquele garoto. - reclamou, e Ágata riu. - tá lá dentro gritando. Seu nome é? - desviou o olhar pra mim.

Eu: pode me chamar de Vargas. - ele me olhou confuso, mas concordou.

Pedro: atrapalhei algo? - passou a mão pelos cabelos. - Se quiser pode convidar ele pro jantar, filhota. - mandou uma piscadela.

Ágata me olhou envergonhada e eu sorri de lado.

Ágata: aceita? - passou a mão pelo rosto. - só se você não tiver compromisso.

Eu: tranquilo pô, bora lá. - concordei e ela me olhou rápido e sorriu.

O pai dela abriu a porta e ela saiu do carro, e eu fiz o mesmo, travando ele.

Que bagulho mais estranho.

Onde eu tava me metendo, rapá?

Tava só na maciota. Palmeando tudo.

Sou otário não.

Adentramos na casa e era suave pô, coisa de gente fina.

Nem demonstrei muito interesse.

Ágata: me espera aí. - sussurrou. - vou ir ver Eric, essa bicha vai me deixar doida. - riu e eu concordei.

Ela saiu rebolando, aquela mulher era um monumento. Eu ficava louco só ficar olhando ela, puta que pariu.

Pedro: como vocês se conheceram? - me olhou curioso. Encarei o mesmo, que me entregava um copo com whisky.

Eu: pô, ela nunca comentou? - passei a mão no cavanhaque e ele me olhou desconfiado, negando. - Foi numa boate, na sul. - dei de ombros.

Nem falei pô, sei lá, depois ele surta e ela vai ficar boladinha comigo.

Ele me olhou por uns minutos e concordou.

Logo voltou a falar, já tava quase estressando.

Pedro: vou mandar a real logo. - encarei ele. - sei quem é você... não temos nada a ver com as dívidas dos Lima, não envolva minha filha nessas sujeiras. - neguei, dando um gole na bebida.

Eu: irmão, fica tranquilo. - levantei a mão em sinal de rendição. - eu já to ligado nos bagulho. Eu e sua filha tamo na boa, tô jogando limpo. Curti ela pá caralho. - ele me olhava desacreditado. Mas logo concordou.

Pedro: ela te contou? - olhei confuso. - que eles estavam querendo ajuda nossa, mas eu não tenho a quantia, se eu mexer a gente quebra... Acho que estão armando algo pra pegar ela. - falou nervoso.

Eu: Pedro né? - concordou. - ninguém vai mexer com ela. Nem com o senhor. Tô dando a minha palavra. - ele suspirou aliviado.

Ágata: Aí que maravilha, vocês estão se dando bem. - chegou animada. - a bicha gritou tanto que dormiu. - fez careta e eu ri fraco, negando. - o que vocês tanto conversam? - olhou pra nós, curiosa.

Pedro: futebol. - ela olhou desconfiada e assentiu com a cabeça.

Ágata: papai, nem todo mundo gosta disso. - riu.

Eu: tá tranquilo, princesa. Tenho que agradar o sogrão pô. - ela arregalou os olhos e Pedro riu.

[..]

Foi uma noite tranquila, em comparação ao que eu tava acostumado.

Na real, acho que eu tô mais playba do que dono de favela. Oxe.

Eric: pois é tio, tem um tempo que eles se conhecem. - comentou, comendo a sobremesa e eu neguei.

Eu: fala demais em, purpurina. Tá precisando perder a língua. - Eric fez cara de deboche.

Ágata: mas não era caso de conhecer né. - falou óbvia.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora