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Ágata.

Cheguei em casa muito cansada e estressada.

Só aquele ser humano pra tirar toda a minha paz. Tinha nem cabimento uma coisa dessa.

E o pior de tudo, é que vamos ter um filho juntos. É de lascar com o mundo mesmo.

Imagina a encheção de saco que vai ser? Deus me dê forças.

Adentrei no meu quarto e coloquei as sacolas em cima da cama. Prendi meu cabelo e tirei as sandálias.

Apesar de que estava de 5 meses de gestação, quase não tinha barriga.

Só um bolinho, mas não dava nem pra perceber se caso estivesse com roupa larga.

Eric: que bofe enjoado. - apareceu, colocando o restante das sacolas.

Eu: tu nem tá entendendo. - bufei. - maldita hora que fui engravidar dele.

Eric: ah, mais já fez né. - me olhou e eu concordei. - vamo ver se vai fazer papel de pai.

Eu: claro que vai.. tá mamão ainda não. - Eric riu, mexendo no celular.

O meu começou a tocar, logo ele pegou olhando o visor e levantando a sobrancelha.

Eric: o outro bofe gato tá ligando. - fiz careta. - aí Ágata, já tem 6 meses e você nessa. Já viveu o luto, fia.

Eu: tomei trauma de homem. - Eric riu negando.

Eric: que essa maldição não caia sobre mim. - peguei o celular e atendi, fazendo gesto pra bicha ficar quieta.

Hugo: caraca, achei que não ia me atender. - falou animado.

Eu: sem gracinha, Hugo. - resmunguei e ele riu.

Hugo: te liguei pra perguntar se hoje você pode dar um rolê comigo, pô. Já tem 6 meses que você tá me enrolando. Cruel demais, tá maluco. - eu ri fraco. - e aí, hoje eu vou ter a sorte grande de poder sair contigo?

Eu: eu tô cansada, cara. - Eric negou, e logo fez careta. - tá bom, só porque tem 6 meses.

Hugo: caralho, vou até ajoelhar e agradecer a Deus por essa dádiva. - gargalhou. - 20h tô passando aí. Me manda localização no WhatsApp.

Eu: tá bom, até já. - desliguei o celular e olhei pra cara daquele viado descarado.

O mesmo começou a pular e ri, neguei e fui pro banheiro.

Tomei um banho relaxante, fiz minhas higienes, escovei os dentes e sai enrolada na toalha.

Eric: já tava na hora né. - comemorou.

Eu: não começa, viado. - ele me encarou. - É só amizade.

Eric: duvido muito. - ergui a sobrancelha.

[..]

Viemos em uma choperia.

Nem falei nada né, ainda era segredo minha gestação, mas pelo jeito, vou ter que contar.

Hugo: você não vai beber? - apontou pra torre de cerveja. Sorri sem graça. - tu parou de beber?

Eu: não é isso. - passei a mão pelo cabelo. - eu tô grávida. - falei baixo e o mesmo me olhou curioso.

Hugo: vai me falar que é do Vargas? - riu fraco.

Eu: não ri. - tampei o rosto. - tu é a primeira pessoa a saber, bofe. Não faça eu me arrepender de ter contado.

Hugo: parei. - levantou a mão em sinal de rendição. - tu que amarrou o cavalinho na chuva mermo. - fechei a cara. - desculpa.

Eu: sem graça você. - resmunguei.

Hugo: e vocês não tão mais juntos? - me olhou estranho.

Eu: pode ter certeza que se eu tivesse, nem aqui eu estaria. - sorri debochada.

Hugo: e tu tá de quantos meses? - me olhou confuso. - como aquele otário perde esse bagulho todo, irmão?

Eu: tô de 5. - ele concordou. - a gente pode mudar de assunto? - ele concordou. - achei que eu te dando gelo, você iria desistir de sair comigo.

Hugo: sou brasileiro, gatona. Desisto nunca. - eu ri. - onde já se viu bandido bom fugir de uma luta? Tá maluca mermo.

Eu: ihhhh. - neguei rindo.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora