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Ágata.

Fomos na favela, quase deu morte, mas vencemos a vontade do inimigo.

Vargas adentrou no carro, todo cheio de marra. Ergui a sobrancelha e ele começou a falar.

Vargas: acho melhor tu se afastar desse cuzao. - deu partida no carro e eu fiquei calada, esperando ele continuar. - se não, vou ter que passar ele sem dó, tá maluco irmão. - falou todo nervoso.

Eu: o que foi? - falei sem entender.

Vargas: só faz isso que eu tô pedindo, na moral mermo. - respirou fundo, tentando manter a calma. Fiquei calada, tava entendendo nada.

Quando ele parou no sinaleiro, me olhou.

Vargas: vai fazer? - falou mais calmo.

Eu: tá Vargas. - fiz careta.

Vargas: pode crê, tô confiando viu. - revirei os olhos.

Eu: o auge desconfiar de mim. - ri fraco e ele negou.

Fomos o caminho todo calado. Deve que aconteceu algo pior lá dentro da salinha, mas nem me envolvo, não quer me contar... Eu é que não vou ficar cutucando.

5 meses depois...

Tudo tava na linha... Tranquilidade total.

Eu e Vargas estávamos namorando. Vivia na minha captura, querendo a todo custo me levar pra morar com ele. Vou? Vou nada. Deixa eu no conforto da minha casinha mesmo.

Vargas: tem 8 meses que você tá me enrolando, bota fé? - apareceu do além, me tirando um grito. - tá louca? Tá devendo?

Eu: quando for assim, bate na porta. - fechei a cara e ele riu. - e vou continuar enrolando, teve foi sorte de eu ainda querer namorar com você. - ele me olhou fingindo estar chocado.

Vargas: vai me falar que não queria tá comigo? - se aproximou.

Eu: só fiquei porque você implorou muito. - dei de ombros e ele fechou a cara. - tô brincando amor, vem cá.

Vargas: tô afim não pô, tá tranquilo. - mandou jóia, colocando as sacolas em cima do sofá.

Eu: a não, levou pro coração? - olhei pro mesmo que negou. - levou sim, vem aqui... - ele negou de novo. - e você vai aonde?

Vargas: pra boca, Ágata. - me olhou sério. - ultimamente tu só fica pisando em mim. Isso num faz não cara. Só sabe machucar o coração do teu bandido. - encarei ele, com cara de cachorro sem dono. Neguei e dei risada. - fica rindo mermo, demônia. Tua sorte é que eu sou arriado mermo em tu.

Eu: aí Renan. - resmunguei, me levantando.

Ele negou ajeitando o boné na cabeça, ergui a sobrancelha e fui até ele.

De começo ele tava se afastando, mas logo resmungou e me puxou pela cintura.

Vargas: fica machucando o coração do teu homem não, pô. - sussurrou, beijando meu pescoço.

Eu: você anda todo sentimental. - olhei pra ele.

Vargas: lógico pô, você fica me fazendo de gato e sapato. - suspirou e eu ri.

Eu: para amor, não é assim também. - ele se afastou, erguendo a sobrancelha.

Vargas: e é o que então? - falou curioso.

Eu: não sei. - ele me olhou confuso e eu ri.

Antes que ele pudesse falar mais alguma coisa, puxei o mesmo pela nuca, enchendo ele de beijos.

Ele apertava minha cintura devagar.

Pedro: A NÃO, PODIA TER LIGADO. - sua voz ecoou.

Me afastei do Vargas, e assim que vi ele ali, arregalei os olhos.

Eu: meu Deus. - coloquei a mão na boca. - PAPAI. - fui correndo até o mesmo, o abraçando.

Pedro: se eu não vier, tu num vai né, mijona. - fez careta.

Eu: paiiiii. - repreendi o mesmo, e ele riu negando.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora