79

10.8K 561 13
                                    

Ingrid.

Subi até a boca, cansativo a beça.

Fui atrás do Freitas que me mandou mensagem pedindo para que eu fosse lá.

Folgado demais, tem carro, tem moto e eu que tenho que vir atrás.

Assim que cheguei na boca, tava uma movimentação do caramba.

Cheiro de maconha exalava por todo canto.

Sabiá: fala tu, bonitona. - fez um toque comigo. Acenei com a cabeça.

Eu: vim atrás do Freitas pô. - ele concordou e me levou até a salinha.

Logo vi Tody chegando todo eufórico, na mesma sala que eu tava indo.

Tody: patrão do céu. - Vargas encarou o mesmo, todo sério. - Tu num sabe quem eu vi... - ergui a sobrancelha.

Vargas: solta tua voz logo, irmão. - falou impaciente.

Tody: a patroinha. - arregalei os olhos e disfarcei. - tava com um cuzao, não vi quem era.

Vargas: Quê? - se levantou da cadeira, me olhando. - tu sabia disso?

Eu: me deixa de fora, oxe. - fiz careta. - nem tudo que Ágata faz, eu sei não viu. Acho bom você parar de usar essas suas maconhas estragadas e raciocinar melhor. - ele me fuzilou com o olhar, dei de ombros e encarei Freitas. - não sei pra quê você me chama pra esse muquifo, sabe que esse aí - apontei pro Vargas. - não gosta de mim.

Nem esperei eles responder, sai dali.

É cada uma que parece duas.

Eu já tava era de saco cheio de bandidinho metido a bonzao... Tudo que acontece, eu sei ou tenho culpa. Vá pá lá, rapá.

_

Cheguei em casa, tirei meu tênis e fui em direção ao meu quarto.

Tomei um banho, vesti meu pijama e fui até a cozinha, procurar algo pra comer.

Optei por fazer um misto mesmo, e uma coquinha geladinha.

Quando estava lanchando, vi Freitas chegar... Ergui a sobrancelha e logo atrás vi Vargas. Pronto.

Bufei, e me levantei com meu prato, pra ir em direção ao meu quarto.

Não suporto esse bofe.

Freitas: perai pô. - segurou meu braço e eu encarei ele.

Eu: tô afim não. - puxei meu braço, mas foi em vão.

Vargas: desculpa pô. - encarei o mesmo, debochada. - vai ramelona, fica me olhando assim que eu arranco teus olhos.

Eu: muito carinhoso você. - ironizei. - mas não aceito tuas desculpas. Na real, quero é distância de gente doente igual a você.

Vargas: tá maluca mermo. - resmungou, negando.

Freitas: pô Ingrid. - sussurrou, e eu olhei pro mesmo, cheia de raiva.

Eu: pô Ingrid nada, Freitas... Tu já viu as várias vezes que ele me maltratou, tu tá achando que um pedido de desculpas vai fazer a gente virar melhores amigos? - eu ri negando. - Nunca, nem no sonho.

Vargas: também não tenho interesse em fazer amizade com galinha da macumba. - arregalei os olhos e fui pra cima dele, enquanto Freitas me segurava.

Eu: ridículo. - fechei a cara.

Puxei meu braço e subi as escadas. Mereço mesmo né?

Quando terminei de subir, olhei pra trás e vi o mesmo virando as costas.

Eu: GRAÇAS A DEUS, ÁGATA SE LIVROU DE VOCÊ, SEU MALA. - gritei e sai correndo pro meu quarto.

A gente brinca com fogo, mas corre... Deus é mais se queimar né.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora