156

5.3K 371 17
                                    

Ágata.

Depois de toda a cerimônia de casamento, que foi lindo, Ingrid chegou de mansinho no Tody que conversava numa rodinha de homens.

Lara não saia da minha cola, o que era estranho, já que vivia no pé do pai.

Ingrid falava algo pra Tody, que arregalou os olhos e logo ficou pálido.

Lara: olha mamãe, é aquela ali. - puxou a barra do meu vestido, apontando pra uma mulher loira.

Eu: não aponta. - sussurrei, abaixando o dedinho dela.

A mesma estava com um drink na mão, olhando em direção do Vargas. Ordinária.

Olhei em direção a aquele ridículo e o mesmo nem dava confiança. Bom mesmo, hoje eu tava do jeito que um gosta pra arrumar confusão.

Lara: vai fazer nada? - perguntou frustrada.

Eu: e o que você acha que eu devo fazer? - olhei pra ela.

Lara: tia Didi bate no tio Tody. - riu travessa e eu olhei pra mesma, curiosa.

Eu: você quer que seu pai apanhe? - falei achando graça e a mesma parecia pensativa.

Lara: ou ela. - disse olhando pra algo.

Ri fraco, me levantando e olhando em direção ao Vargas, que negava algo pra um cara.

Ergui a sobrancelha e logo vi a tal moça se aproximando.

Eu acho incrível como o pessoal se finge de cego pra ver uma lapa de aliança no dedo do cara.

Peguei na mão de Lara e fui até onde eles estavam, fingindo como se não quisesse algo.

Os dois conversava algo, mas dava pra ver que Vargas tava impaciente.

Vargas: ae cara, melhor tu parar pô... - mostrou o dedo. - minha mulher é louca, e ela tá aqui. Respeita, rapá. - falou sério.

Xxx: mas a gente só tá conversando. - riu dando de ombros.

Eu: então você gosta de conversar com homem casado? - falei por trás dela. Vargas passou a mão no cavanhaque, analisando o movimento.

Lara: papai. - sorriu, indo até o pai. A moça me olhou assustada, mas curiosa ao mesmo tempo. - ela não cansa de perturbar. - comentou, olhando a mulher.

Xxx: não, eu... - respirei fundo, encarando ela. - me desculpe.

Eu: tem que cega pra não ver o tamanho da aliança na mão dele. - apontei pra mão do mesmo. - parece que chama né? Chega pisca. - bufei. A mesma negou. - sai fora do terreno dos outros. Se não tem capacidade de arrumar um, não mexe no que é meu. - apontei pra mesma.

Ela sorriu sem graça e saiu dali praticamente correndo.

Respirei fundo e encarei o indecente a minha frente. Ergui a sobrancelha e neguei.

Eu: descarado. - ele sorriu. - a tua sorte é que quando eu cheguei perto, tu tava mandando ela respeitar. Se tivesse dando condições, já ia direto pro hospital.

Vargas: me sinto amado. - falou irônico.

Eu: vai brincando muito. - resmunguei.

Ele riu e me puxou pela cintura.

Vargas: tu sabe que tu é a única pô. - encarei ele, negando.

Eu: vem com esses papo de marginal descarado não. - me soltei dele. - tô só te palmeando, vai achando que se pisar na bola eu não volto pra raparigagem.

Vargas: olha aí, pô.. num dá não. - falou fechando a cara. - tu tá achando mermo que eu fiquei esse tempo todo na tua cola, passei por cada picuinha, pra depois de ter conseguido o bagulho, pisar na bola assim? Da não pô, num dá mermo.

Eu: só um aviso, paixão. Acata se quiser. - apontei pra ele. - do mesmo jeito que eu vim, eu vou, mas se eu for, num volto nunca mais.

Vargas: para de loucura, Ágata. - ergui a sobrancelha.

Eu: loucura né? Já deixei avisado. - apontei pra ele, que negou, ficando com cara de bunda.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora