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Freitas.

O bagulho era sinistro.

A falta do mano era gigante. Isso ninguém via.

A comunidade precisava de alguém demonstrando força.

Por dentro, tava não pô, mas por fora, tem que ta pô, simples.

Didi: tô preocupada com ela. - sussurrou enquanto Ágata sorria sem mostrar os dentes.

Eu: to ligado. - falei pensativo.

Não tinha cabimento pô, o mano sumir do nada e aparecer de caixão lacrado? Bagulho esquisito mermo.

Minha mente tava a turbilhão. Bagulho louco.

Eu: quer casar comigo? - encarei Ingrid, e a mesma me olhou confusa.

Didi: para de graça, isso não é hora. - fez careta e negou.

Eu: papo reto pô. - ela me encarou.

Didi: Freitas, agora não é hora. - sussurrou, fechando a cara.

Fiquei calado. Perguntava uma vez, não quer? Não falo mais nada.

Tico: ae irmão. - se aproximou com um papel na mão. - chegaram no morro pô, deu mó migué e me entregaram isso. - ergui a sobrancelha.

Eu: quem? - passei o mão no rosto, dando um gole na minha cerveja.

Tico: era uma criança pô. - me olhou. - disse que isso tinha que chegar no frente do morro.

Concordei e peguei o papel.

Neguei e abri o mesmo.

"Me encontre no endereço xxx-xx, coisas do seu interesse."

Ingrid me olhava curiosa. Logo fiquei com uma pulga atrás da orelha. Que porra era essa?

Didi: o que tem aí? - tentou pegar o papel da minha mão.

Eu: nada, preciso resolver esse bagulho. - ela fechou a cara e ficou calada. - volto já.

Didi: nem vou te esperar. - sorriu, mandando um jóia.

Só concordei e sai pinado dali.

Tico: precisa de contenção? - olhei pro mesmo.

Eu: chama Tody também. - ele bateu o rádio chamando o mano.

Logo ele compareceu e fomos pro bagulho do papel.

Era um lugar afastado. Uma rua sem saída.

Tody: ih, tô achando que é enrascada. - disse sério, destravando a arma.

Eu: só falta uma porra dessa mermo. - neguei, respirando fundo.

Logo vejo um carro se aproximando e faço gesto pros moleque ficar na ativa.

Do carro desceu uma coroa. Não era tão velha, deve que tava com seus 38 anos.

A mesma se aproximou e bateu no vidro.

Tico: e aí? - me olhou, e eu neguei.

Abaixei o vidro e a mesma se abaixou, me olhando.

Xxx: Freitas? - ergui a sobrancelha.

Eu: quem é tu? - falei sem paciência.

Xxx: sou apenas uma amiga do Vargas. - encarei na mesma hora. - ele que pediu pra eu vir aqui.

Eu: tá maluca, porra? Vargas morreu. - falei bravo.

Tody: conversa feia pô, tendeu não. - resmungou.

Xxx: e eu ia muito vim aqui mentir na cara de bandido né? - falou toda abusada.

Eu: qual foi o caô, fala logo. - passei a mão no rosto, pensando altos bagulho.

Xxx: ele pediu pra avisar que tá bem. - ergui a sobrancelha.

Tico: agora tu conversa com espírito? Fazendo a gente perder tempo pô, tempo é dinheiro. - se intrometeu.

A mesma bufou e pegou o celular, entregando o mesmo pra mim.

Encarei a mesma sério e peguei, colocando no ouvido.

Vargas: tu nunca acredita nas porra né? - falou sério, arregalei os olhos e olhei pros moleque.

Eu: que porra. - sussurrei. - porra irmão, aonde tu tá?

Vargas: preciso que você continue na gestão... Tô esperando a poeira abaixar, tô na mals ainda.

Eu: tu tá achando que a gente é otário, Vargas? - falei puto. - olha esse caralho que você armou, Ágata tá comendo o pão que o diabo amassou, enquanto você tá na casa de mulher? - falei mermo, tô nem vendo. O mesmo riu.

Vargas: Freitas segura a onda. - respirou fundo. - eles querem minha cabeça, posso da de bandeja não.

Eu: fala onde tu tá, seu porra. - falei nervoso. - eu quero olhar pra essa tua cara de vagabundo safado.

Vargas: não é o momento. - neguei, encarando a mulher que olhava sem paciência. - não fala pra Ágata que tô vivo.

Ele nem deixou eu responder e desligou. Encarei aquela rapariga na minha frente e entreguei o celular.

Eu: tem quanto tempo isso? - fechei a cara.

Xxx: no dia da invasão... - me olhou e eu ergui a sobrancelha. - não sei o que aconteceu, chamaram os policiais no rádio e eles desceram correndo. A sorte que consegui atendimento pra ele.

Eu: e vocês tá tendo algum rolo? - ela cruzou os braços rindo.

Xxx: o problema de vocês é achar que a gente faz as coisas na má intenção. - negou e eu bufei.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora